Crescendo e vivendo na cidade onde nasci, ter um porta-chaves, como via em muitos amigos meus, era raro. Quero com isto dizer que apesar de adorar colecionar todo o tipo de porta-chaves, e de ter chaves, nunca as usava. As casas dos meus familiares, sendo a metros da minha, bem como o trabalho da minha mãe, levava a que não precisasse de chaves, visto ter sempre alguém por perto que me abria a porta. Todavia, agora na minha nova vida no Porto, das coisas que mais acho piada, é ter o meu porta-chaves.
Poder usar aqueles que colecionei do Harry Potter, M&M´s, Disney, entre outros, traz-me uma alegria tão…, tão ridícula. Mas, ao mesmo tempo, compreendo-a! É o simbolismo de uma independência que ainda não vivenciara. O de ter que ter essa preocupação, quando saio de casa. E o de pegar depois nas chaves para abrir as portas que me acolhem nesta nova fase da vida. Que me abrigam de todas as peripécias que esta experiência, por vezes, me dá.
Não obstante à presença das chaves no meu bolso, tenho ainda algo que, apesar de ter aderido o ano passado, quase nunca usara pelo espaço que ocupa na carteira. Do que falo? Daqueles mini-cartões do Continente, que tão bem se encaixam na argola que, prende não só as chaves daquela que se transforma na minha segunda casa, como de uma responsabilidade que a cada dia vou assumindo.
Em tempos, tinha medo de crescer. Queria! E gosto. Afinal de contas, faz parte do ciclo natural da vida. Mas era mais o medo de crescer, longe daqueles que sempre estiveram comigo. Um medo também de por tantos anos que andamos na escola, nos dias de hoje, não sermos quase preparados para entender com um olhar crítico e responsável, o mundo que nos rodeia. Hoje, estou a adorar esse crescimento. Hoje, uso o meu porta-chaves com orgulho e determinação, pois por muitas portas que se tenham já fechado pelo caminho que percorro, hoje, tudo o que quero, é abrir apenas uma. A do futuro!