Não sei realmente o porquê das classificações baixas sobre este livro. Muitas das razões apontam o livro anterior como referência de muitos leitores . Talvez por ser Assistente Social e ter uma perspetiva diferente me ajude nesta crítica, mas não posso negar o quão bem o livro está construído.
Falando da depressão, a Colleen conseguiu construir toda uma família e dinâmica familiar que nos faz ou rir, ou chorar ou revoltar face a tamanhas diferenças e segredos. Família esta que molda de uma forma realista aquilo que são as personalidades únicas de cada personagem.
Confesso que esperava uma história completamente diferente. Estava sempre à espera das cenas quentes características da autora ou dos romances de tirar o fôlego. Mas este livro é um romance. Mas um romance que retrata o amor próprio. O importante em nos amarmos para amarmos os outros. Quer sejam estes a nossa família, ou interesses amorosos.
Consegui igualmente identificar-me com a Merit e pelo sofrimento que passava, aliado aos sinais depressivos e fundados que levaram à vida que levava. O mesmo com a Honor, Utah e o maravilhoso Moby. Até o seu pai, que tudo fez para escudar os filhos da mãe que vivia com a família na garagem. Sim, na garagem! Com comportamentos capazes de fazer jus à realidade do nosso mundo e com o abordar de questões como a saúde mental, homossexualidade e o tema dos refugiados, este livro resulta bem em mais uma lição de vida da nossa Colleen.
Fiquei deliciado com o escalar saudável do romance entre Merit e Sagan e espero, muito sinceramente, que no universo em que estas personagens existam, este consiga encontrar a sua família. Porque o livro é sobre isso mesmo, a família. E que por vezes, nem todos os erros merecem consequências. Às vezes, tudo o que é merecem, é perdão.
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