“Há uma verdade universal que todos precisamos de aceitar, querendo ou não: tudo acabará algum dia Mesmo tendo esperado muito por este dia, eu nunca gostei de finais. O último dia do verão, o último capitulo de um livro, despedir-se de um amigo próximo. Mas finais são inevitáveis. As folhas caem. Fechas o livro. Dizes Adeus. Hoje é um desses dias para nós. Hoje dizemos adeus a tudo o que nos era familiar, a tudo que era confortável. Estamos a seguir em frente. Mas mesmo partirmos e isso doa, há pessoas que fazem tanto parte de nós que estarão connosco, não importa o que houver. Eles são o nosso chão. A nossa Estrela Polar e as vozes nos nossos corações que estarão connosco, sempre.”

Série Castle (ABC)

Quando ouvimos falar em mudança, ou sequer pensamos nela, acho que quase todos nós nos arrepiamos. Não só por fora, mas por dentro. As nossas entranhas reviram-se e ou estamos preparados para a mudança e somos sujeitos ativos para a mesma, ou então ficamos apavorados. Tolhidos no nosso canto, relutantes em mudar o que quer que seja na nossa rotina, nas nossas relações, na nossa casa… enfim!, na nossa vida.

Só para saberem o quanto eu encaro a mudança, tenho esta publicação guardada como rascunho há alguns meses. Praticamente após ter dado uma revisão no blog. Aquela grande, de junho. Confesso que tive medo. Ninguém esperava por essa mudança e por um blog crescente no conteúdo que eu mais adoro e sinta propósito em partilhar. Mas tive igualmente medo por mim. E porquê? Porque eu próprio me iria surpreender. Iria trabalhar para algo que, ainda hoje, estou a descobrir. Mas confesso: eu adoro!

Claro está que a grande mudança na minha vida foi aquela que tomei há quase um ano. Quando decidi ingressar num mestrado e mudar-me para a cidade do Porto. Lembro-me que andava nervoso, receoso. Entusiasmado, apaixonado por esta aventura, assim como com medo. Medo de deixar o meu quarto que me viu crescer, os meu familiares que sempre estiveram a ajudar neste processo, os meus amados amigos e, claro, a minha cidade. A minha vida em Leiria. Ao olhar para trás não mudava nada. Aprendi tanto nestes meses e envolvi-me em tantos projetos e ideias que só consigo dizer isto: a mudança é definitivamente boa. E é algo pela qual todos nós deveríamos sempre procurar. Como tenho um apartamento dividido com o meu melhor amigo, o @rfl19931, esta mudança quase que se faz trimestralmente. Sempre que procuramos algo novo e as viagens, passeios, ou aventuras não chegam, mudamos o visual da casa. Claro que só o que conseguimos, mas é feito com um certo espírito de que: ou isto vai correr bem, ou vai ficar pior e mais valia termos ficado quietos. Mas sabem… é mesmo isto que é a mudança. Uma que por vezes nem sabemos o porquê de vir a existir porque não sabemos o que esperar de nós mesmos…

Sempre que vou a Leiria tenho amigos que procuram sempre estar comigo. Quer seja por SMS, Messenger ou Instagram, estamos sempre a tentar que dê. Que nos consigamos adaptar às mudanças nas vidas de cada um. É nestes encontros que perspectivamos tudo e damos conta como as coisas mudaram e de como nos temos que habituar à realidade. Ao facto de que nós jovens se queremos sair de cada dos pais temos de ter um emprego, e que esse emprego tem de ser estável. Algo que contrasta com os nossas ofertas de trabalho precárias e instáveis. Claro está que até podíamos conseguir, não fossem depois as rendas das casas serem absurdas e não conseguirmos assim poupar para VIVER, e para construirmos a nossa vida futura.

Destas conversas tenho de vos revelar o orgulho que tenho pela minha melhor amiga M. Em como há um ano também ela abraçou a mudança, o risco e o medo, para se mudar para Leiria. Ainda me lembro de andar com ela a distribuir currículos para depois encontrar o seu primeiro emprego. Depois disto surgiram-se múltiplos cafés, crepes, gelados, cinemas, passeios, almoços e jantares. Com eles, os vestígios da vida adulta possibilitados pela mudança a emergirem. Tinha um emprego bom, e ia já mudar de casa. Depois de mudar de casa mudou novamente de emprego em busca de outra mudança. No final, qual a notícia: ia casar.

Quando soube isto parte do meu coração partiu-se de alegria e voltou a moldar os seus pedaços, forjados no calor da alegria, em perceber que na vida, por vezes, precisamos daqueles impulsos. De dar ouvidos ao nosso Ego, deixar a razão de lado, para ir em busca de algo que nos faça feliz. Que nos permita crescer, ter a vida que queremos e trabalharmos para essa vida. Sim, porque muitas vezes o difícil também é isso: é o termos com que trabalhar para a vida que queremos ter. Admiro-a tanto que comecei a aceitar a mudança sempre como algo de que nunca deveríamos ter medo. Um bocadinho como eu, confesso.

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Sempre fiz as coisas, e tinha as minhas ideias e projetos. Mas havia momentos em que me acomodava ou dava desculpas. Na minha última aula antes do natal de Diagnóstico Psicossocial do Mestrado (ou seja o ano passado), a minha professora comprou-nos bolas de árvore de natal transparentes e que podíamos abrir. Tínhamos de escrever o que queríamos mudar em nós. E escrevi isso e posteriormente partilhei com todos. Após isso, deu-se o natal e o ano novo. Com isto a minha vontade de mudar novamente e tentar colmatar aquele meu traço. Inscrevi-me e aceitei um voluntariado (31 COISAS QUE NÃO SABES SOBRE MIM – PARTE I), e disto surgiu um reconhecimento no meu trabalho que me possibilitou entrar num negócio que para além da recompensa monetária, me dá  experiência e desafio.

A mudança nem sempre é fácil. Ainda hoje lido com isso.  Lembro quando chorei em video-chamada em maio passado por não estar no aniversário da minha prima com o resto da família. Custou-me imenso, e ainda custa sempre que regresso ao Porto vindo de Leiria. Mas foi “preciso”. Tive de me quebrar para conseguir buscar estas oportunidades que também me ajudaram no campo editorial e literário. Quando pensava que isto não iria interferir com mais nada, sou confrontado com uma outra mudança. Sempre quis ir para o Mestrado para realizar um novo estágio. Mas será, ao invés disso, uma tese. Uma que me fará igualmente, e novamente, ir para o terreno, para uma realidade social e desenvolver pelo próximo ano um trabalho que contribuirá igualmente para a minha formação e crescimento.

Em suma, sou grato a todas estas pessoas que me ajudaram neste processo de mudança. E por mais reticentes que possamos estar, se estão em busca do momento certo, ou da oportunidade certa, lamento mas acho que isso (nem sempre), existe. Acho sim que o facto de mudarmos faz essa oportunidade aparecer. Muitas vezes poderemos ficar confusos e reticentes com o resultado. Um pouco como eu tive com o facto de ir realizar uma dissertação e não um estágio. Mas verdade seja dita: tudo vai dar quase ao mesmo. E este medo que tinha era mais potenciado por mim próprio, do que pelas circunstâncias. Por isso, agarrem os vossos pais, amigos, melhores amigos, companheiros de casa, Ms, ou até estas pessoas que vos surgem nestas reviravoltas da vida, e aproveitem.  Mas mais importante: agarrem-se a vocês próprios e acreditem em vocês! A viagem será tumultuosa. Arriscada. Mas será divertida, cheia de aventura, descoberta e de construção pessoal a um nível que acredito que irão gostar! Muito. As coisas ficam sempre piores antes de melhorar.

Antes de terminar, e como comecei com Castle, irei terminar com ele. Espero que gostem:

– Dad, how old were you when you knew?
-Knew what?
-That you wanted to be a writer.
-Since I was a kid, I guess. Why?
-I’m finishing my junior year, and I have no idea what I want to do. By the time you were my age, you’d already published your first book and now you’re winning this amazing award because you followed your passion. How can I be amazing… if I can’t find mine?
– Trust me… you will. Or… Or it’ll find you. And one day you will look back and you will realize that… every experience you ever had, every… seeming mistake or blind alley, was actually a straight line to who you were meant to be. And whatever you become, there is no question in my mind, you are going to be amazing. And you know how I know?
-How?
-Cause you already are.

4 thoughts on “As Mudanças na (Minha) Vida

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