Acho que não há um único português que desgoste do Rowan Atkinson, especialmente pelo que era, aos domingos, vê-lo na sua icónica personagem “Mr. Bean”. O seu talento é lendário, pelo que após ter visto cada um dos filmes anteriores desta saga, estava mortinho para ir ver o terceiro.
Não vos direi que tinha as expectativas no alto, mas estavam num patamar que me fez sentar confortavelmente na cheia sala de cinema para ver esta comédia de ação. Pois bem… fiquei desiludido.
Sei que a palavra desilusão é forte, e não pensem que o filme é mau, mas vou meter as coisas da seguinte forma: o elenco é fantástico. Não há uma única personagem que esteja num papel indevido. Toda a montagem está igualmente bem feita, assim como a banda sonora a proporcionar cenas bastante cómicas e inesquecíveis. Agora, o problema não está no fantástico Rowan Atkinson nem nos seus comparsas. Está sim no guião!
A história em si não é nada de extraordinário e acaba por avançar muito rápido, especialmente na identificação do vilão. Apesar de não haver nenhuma cena em que o espectador se sinta embaraçado de tão má que é, achei que os momentos de comédia poderia ter sido melhores. Só três as cenas me conseguiram realmente surpreender e arrancar fortes gargalhadas. A mítica cena da discoteca (música abaixo) poderia ter sido muito melhor aproveitada e elevar ainda mais o êxtase do público, quer com a ação em si, como no próprio movimento das câmaras.
O filme não é mau, mas também não o achei excelente. A narrativa em si tem uma boa inspiração mas sinto que faltou ainda um grande bocado. Acho que posso classificar com uma comédia quase à moda antiga pelas suas cenas cómicas. Assim, ao fim de três filmes, classifico este como o meu último, com o segundo a destacar-se, seguido do primeiro.
6/10
Diogo Simões 