Está comprovado que a escrita ajuda no processo de cura. Quer seja este psicológico, quer físico. É por esta razão que vos escrevo este post, já que para além da estupidez que foi esta peripécia, surge após vos ter revelado que nunca parti nada. Pois bem, esse facto sobre mim, passou no dia 11 de novembro, à história!
Estava eu, pelas nove da noite a correr para o meu quarto no corredor, quando com o chão ainda húmido por eu e o @rfl19931 o termos lavado pela manhã, bati com o pé na parede, sendo atirado para o chão numa cambalhota digna de Óscar!
O riso tomou conta de mim, já que o choque apareceu primeiro. Após isso veio a dor dilacerante de que algo não estava bem. Penso que todos nós, umas duas vezes por ano, temos o azar de bater com o mindinho numa quina da porta ou cama. A dor é terrível, mas passa em alguns minutos. Desta vez tal não aconteceu. Algo que até me dá agonia só de vos escrever. Quando tirei finalmente a meia a custo, e por entre risos e gordas lágrimas, constatei que o meu quarto dedo do pé não era o mesmo. Estava ligeiramente encurvado para o lado esquerdo.
Nesta altura já nem sabia como respirar, e a dor tomou uma proporção doida. Sei que parte dela vinha do dedo, mas que era ainda mais alimentada com o pânico que sentia. O Ricardo foi a minha salvação, e chamou um táxi para irmos para o hospital. A sorte lá foi ser tudo rápido e ter uma cadeira de rodas para usar. Após uma pulseira amarela, fui para a Ortopedia onde me mandaram fazer um raio-x. Com este exame feito, voltei à Ortopedia onde o diagnóstico saiu: tinha duas fraturas no osso. A solução foi meter a perna apoiada num banco, para que o médico, com uma caneta, alinhasse o dedo ao terceiro para o meter perpendicular. Com isto, fixou-o com a fita médica adesiva. A dor foi dilacerante e o médico até me deu umas festas no pé em brincadeira. Disse que podia chorar. A minha resposta foi a sincera: já chorei de mais em casa.
Como não havia mais nada a fazer, vim para casa com alguma medicação para as dores. Agora só esperar e aprender a conviver com a dor enquanto vou tentando andar. Após isto só uma consulta no próximo mês. Muita paciência terá o Ricardo nestes dias, aviso-vos já! Mas tenho de lhe agradecer pela presença, assim como à minha família que numa simples conversa no WhatsApp me animam.
Muito provavelmente devem pensar-se porque raio vos estou a contar isto. Qual o propósito. Mas é mesmo como vos disse, a escrita ajuda-me. E só escrever-vos isto, acalma-me de uma maneira quase que medicinal. É que nem voltar a Leiria posso, já que o era para fazer nesta quarta-feira… Foi mesmo preciso esperar vinte e três anos para partir algo, já viram?
E vocês? Já partiram alguma coisa? Como é o vosso lidar com estas situações?
Eu também era assim dizia que nunca tinha partido nada na vida e foi logo em publico a minha queda. Sou de Leiria mais propriamente dos Pousos mas em fins de Abril de 2017 ainda morava em Monte Real e tinha feito anos neste mês, 24 anos. Bem era um dia normal, ia começar uma formação no Telheiro depois de almoço, logo tinha que apanhar dois autocarros, Monte Real para Leiria e depois Leiria para o Telheiro. Fiz a viagem até Leiria de autocarro até Gare onde acaba a volta, o senhor do autocarro parou mesmo à entrada da Gare do lado fora onde é a entrada para ir comprar bilhetes. Parou e mandou sair, eu distraída ao telemóvel deixo o cair, como boa desastrada sou, dentro do autocarro, apanho-o e pego nas minhas coisas atrapalhada e dirijo me à saída do autocarro. Atrapalhada e o piso da rua irregular, desço a escada do autocarro e ponho o pé esquerdo em falso e caiu ali no chão. O cómico vem a seguir, é que eu sou um pouco para o pesada, vá a balança marca 3 dígitos, e eu nao me conseguia alevantar e lá veio o motorista mais dois homens ajudar-me. Levantaram me e eu agradeci, fui me sentar num banco lá ao pé. Esperei a minha mae para ir ao medico pois pensei que era entrose e a medica também o disse que era. Usei pé elástico e tomei medicação para as dores. A dor nao era muito e 2 ou 3 dias depois já tinha um fim de semana para passar no Douro e lá fui eu. Nesses dias a dor já era pouca quando andei pelo Douro mas o pé ficou ainda mais roxo. Voltei para Leiria e fui para o Hospital onde tive a confirmação que tinha partido o tornozelo e lá me puseram gesso até a baixo do joelho. Primeira vez com algo partido e com gesso. Mais de um mês de gesso, pus a 3 de Maio de 2017 e tirei a 19 de Junho 2017, a ultima semana já desejava um banho de agua a correr pelo corpo todo pois tinha sido difícil para mim essa parte em estar com o gesso e também o dormir às vezes era complicado e desconfortável. A comichão que se tanto fala não a senti muito. Tive sorte da altura do ano pois ainda não estava um calor horrível. Andava sempre só com uma muleta pois nao tinha força nem jeito para andar nas duas e ainda caia de novo xD Mas espero nao ter outra próxima! E tive muita sorte das pessoas que me ajudaram na rua ao pé do autocarro foram muito simpáticas que hoje em dia há muitas que andam na rua e nada se passa à volta delas. Bem, espero não ter sido muito longa mas é toda uma história “trágica” a cómica! Boa recuperação com o teu dedo do pé 😉
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Olá Joana! Muito obrigado pela tua história e partilha. Sendo eu também de Leiria imaginei bem a situação. O meu pai também partiu o dedo do pé, e tenho igualmente memória da minha mãe ter partido o pé. Com isto, e atendendo a que sofri tanto no domingo quando se deu a aparatosa queda. nem quero imaginar o sofrimento que foi ter o pé todo em gesso e o desconforto no dia a dia e, sobretudo, para dormir. É preciso é sempre esse teu olhar que tens: o de saber brincar com a situação. É o que tento sempre fazer. Acho que me ajuda mais a lidar com este desconforto.
Quanto ao que contaste da ajuda das pessoas, é bem verdade. Parece que se vai perdendo a capacidade de olhar para o lado ou para o chão, neste caso. As pessoas vão tão perdidas e são tão consumidas por elas próprias, que esquecem o mundo em redor. E isso é triste! Muito…
Obrigado pela partilha e palavras. Beijinhos 🙂
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