Quando ontem entrei na sala de cinema, o meu coração estava aos pulos. Cheia, e com algum do público vestido com roupa alusiva ao universo mágico, sabia que seria das melhores experiências cinematográficas da minha vida. E porquê? Porque já não bastava terem oferecido posters e dois postais alusivos ao filme, como ainda tivemos um vídeo referente às ligações deste filme ao universo Harry Potter (que segue já de seguida), e outro com uma mensagem a falar resumidamente do filme. Qual a surpresa? Começou com um “Olá Portugal” e “Obrigada” por parte de elementos do elenco. Após isto, foi tempo de se bater palmas e mergulharmos, mais uma vez, no universo da J.K. Rowling!

Não podia começar a falar do filme sem vos referir a banda sonora. Foi ela que nos introduziu a este segundo de cinco filmes e que estabeleceu desde logo o tema do mesmo. Longe estava do animado do primeiro, para dar contraste a um filme mais denso. Diria até, tenebroso. Fiquei surpreendido por a banda sonora conseguir ser tão diferente dos filmes anteriores que se foram baseando uns aos outros. Com isto, tenho de destacar a música inicial e as duas finais que elevaram o momento a algo grandioso. Apesar disso, em alguns momentos do filme, a música não parece destacar-se. Se no Harry Potter tínhamos músicas temas para personagens, aqui isso parece que falhou.
Após a introdução que a música nos deu, todo o filme se desenrolou de forma majestosa. Quando saí da sala de cinema, a primeira coisa que comentei com o @rfl19931 foi: isto pareceu-me o Harry Potter e a Câmara dos Segredos. E porquê? Visto que ambos os filmes representam o “número 2” nas sagas, ambos têm o peso de não só suceder ao que começou a ser construído no primeiro, como o abrir por completo e servir de transição para os próximos. A história é assim densa. Cheia de ligações e relações que são desenvolvidas a nível extremo. Por momentos parecia que a J.K. quis fazer do filme um livro. Isso quase que acontece, mas em nenhum momento senti aborrecimento já que foram diversas as vezes que tivemos referências ao universo Potter que tão bem conhecemos. Quer por meio de objetos, localidades, personagens, ou diálogos.

As cenas de ação são fabulosas, dando a este filme um espírito mais adulto, recheado de elementos visuais bem trabalhados e de efeitos que se interligam na narrativa de forma majestosa. Sempre critiquei a quase ausência de magia em si nos filmes do Harry. Pois bem, só nestes dois filmes tivemos cenas capazes de encostar a saga de oito filmes a um canto. E é algo muito bem feito para personagens que, na verdade, o pedem.
Não podia deixar de falar na prestação do Johnny Depp. Como sabem, adoro os Piratas das Caraíbas e sofro com o facto de que os próximos já não contarão com a presença do ator. Polémicas não comprovadas à parte, este fez um trabalho excelente, em que me levou a dizer que nunca o tinha visto num papel em que falara e tivera uma postura tão eloquente. A própria construção do vilão é em nada comparável ao Voldemort. Enquanto que este último só queria poder e matava todos no seu caminho, com Grindelwald temos um vilão que procura empatia e atrair seguidores por meio desta relação. Não consegui deixar de pensar em Hitler e uma vez que o filme se passa antes da segunda guerra mundial, a J.K. tem aqui uma analogia perfeita ao mundo “moderno” da época. Apesar disto, achei ridículo a escolha do título. Sabemos que o feiticeiro cometeu muitos crimes, mas no filme, de facto, não vemos os suficientes para que se justifique um título com esta envergadura. Temos diversos crimes na trama, e alguns que nos atiram lágrimas aos olhos, mas o título faria antever algo diferente. Ao reler isto, admito que título tem uma dimensão mais profunda e que faz o seu sentido quando pensamos no filme como um todo, e não ligado somente à personagem Grindelwald em si!
Não podia deixar de falar no que foi voltar a Hogwarts e encontrar um jovem Dumbledor antes de terminar o post. Foi fantástico ver como estava a amada escola de feitiçaria naquela época, assim como é que eram os emblemas das casas e até cores das vestes. Pormenores únicos e que demonstram como a escola foi mudando ao longo dos tempos. Neste ambiente temos várias recordações de novas personagens que elevam a experiência e ligação que o espectador possa ter com elas. Infelizmente foi introduzida uma personagem de forma inesperada e que mexeu com a linha temporal criada pela autora. Não vos vou revelar quem, mas não deixou de criar uns “oh´s” na sala.
Por esta altura todos os presentes já estavam ao rubro, sendo que o final acabou com revelações bombásticas e com o retorno da filosofia e inspiração que leva esta autora a desenhar as suas personagens e batalhas. E que filosofia é? O amor. O amor que uniu e une Dumbledor e o vilão, deixando-nos com um sabor amargo e triste, com imensas perguntas a serem levantadas e nos deixam a morrer ao perceber que só teremos um novo filme em dois anos.
Não podia deixar de referir a Nagini que também aparece no filme. É verdade! A tenebrosa cobra horcrux de Voldemort é, neste período, uma humana que sofre de uma maldição que, a longo prazo, a deixará aprisionada para sempre no corpo de uma serpente. Mal posso esperar para ver o que saíra do desenvolvimento desta personagem e de como o final afetou não só a ela, como às personagens que, de alguma maneira, se perderam no fim brilhante e, mais importante, altamente possível! Sem dúvida que tudo isto foi um grande crime do ardiloso e inteligente Grindelwald.

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