Foi a semana passada que, após conselhos do @rfl19931 e do T, o meu melhor amigo, que decidi ver o Wreck-It Ralph. Como o filme estava na Netflix, nada melhor que passar o meu tempo em Leiria com um filme da animação da Disney. Tenho de vos revelar que não me lembro da sua estreia, mas uma vez que foi lançado em 2012, assumo que não estivesse atento a esse mundo como agora. Posto isto, e após ver o primeiro filme que arrancou suspiros de nostalgia e algum conforto ridículo, em que algumas lágrimas se escaparam, fui ver o segundo.
Deste filme, os únicos trailers que vi foram os passados no cinema ao longo destes últimos meses. Como eram os mesmos, não só o misticismo se mantinha, como a minha vontade em o ver aumentava. Felizmente estava certo, e o filme conseguiu entregar aquilo que eu esperava para um filme da Disney.
Não só a história aborda temas complexos da sociedade, como a internet, e os explica aos mais novos (e até adultos), como funciona; como a forma de nos mostrar como todo este mundo crescente de aplicações, sites, informação, imagens, é quase que assustador. Foi notório o número de cenas a fazerem referência à vida que muitos de nós leva: a do consumismo de conteúdo online, e com isto congratulo a Disney por esta aposta. Por continuar a querer sensibilizar para questões tão alarmantes como a obsessão que por vezes passamos em frente a um ecrã. É certo que os mais pequenos não conseguem compreender como um adolescente, mas parabéns Disney. Continuas a fazer animações que querem tocar o adulto, e isso é o que te torna única. Parabéns!
O ambiente da história continua colorido, animado e cheio de comédia como o filme de origem. Foram várias as vezes que ri a pregas soltas, em especial com a cena pós-créditos (há duas) que foi passada. Tive de meter as mãos à frente da boca para me controlar, já que estava a ser difícil quebrar com o riso puro ao ver algo tão bem pensado para o tema do filme. Algo que é igualmente inesquecível é vermos personagens de outros filmes da Disney no filme. Como a internet é um mundo vasto, foi com entusiasmo que reencontrei as histórias com que a minha geração cresceu. Falo assim das diversas princesas, que trouxeram níveis de nostalgia sem precedentes, assim como elementos de filmes como a Guerra das Estrelas, Big Hero, Zootopia, e por aí fora. Não me importava nada de ser eu a fazer a viagem daquelas personagens.
Num mundo em que as sequelas fazem mais estragos do que acrescentos, este filme achei completo, explorando diversas questões que poderiam ser postas a descoberto no primeiro filme. Falo dos estados de espírito e de como os sentimentos de insegurança e amizade são complexos. Tão confusos e únicos que não há amizade que não passe por estas questões. Confesso sem medo que chorei com este enredo e de como os argumentistas o abordaram. E ainda mais: em conseguirem falar deles e de acrescentar a vontade que temos em querer quebrar com a rotina e perseguir os nossos sonhos. Nem sempre é fácil falar de sentimentos, todavia, quando se escolhe mostrar esses eventos e não falar deles, a Disney conseguiu sensibilizar o seu público para um casamento entre animação e vida real sem precedentes.
Se são fãs de animação é com grandes empurrões que vos reencaminho para uma sala de cinema. Num mundo em que as pessoas parecem ter medo de demonstrar a amizade, nada melhor que um filme destes trazer à tona questões que muitos ainda não conseguem falar: o de como custa deixar alguém que amamos seguir o seu caminho.