Como assim? Como vos estou a escrever sobre isto? Sobre este ano que passou? Um ano… dá para acreditar?
Eu não acredito. E prova disso foi que tive de perguntar ao Ricardo se estava certo. Se não me tinha dado um AVC. Foi também quando me dei conta de que nunca vos mostrei fotografias do lançamento… Vergonhoso, não é? Porém, nesta publicação, como em muitos casos as palavras contam mais que as imagens, tenho de vos falar um pouco do Esquecido. Em particular para os que não o conhecem… Também não posso deixar de falar do que faria diferente, e do que faria igual.
A História
O Esquecido foi a história que mais tempo me demorou a escrever. Como podem ver nesta cronograma, foram cinco anos que despendi na história. Aquela que conta a vida do Duarte, um jovem que perde quatro anos de memórias ao ser atirado para o asfalto após ter dado um concerto. Com esta perda, este vê-se obrigado a lidar com um passado que julgava esquecido, ao lembrar-se vivamente da violência doméstica que sofria e testemunhava, assim como do contacto por terceiros com roubo, pobreza, toxicodependência e homossexualidade.
Com isto adicionei uma pitada de policial, já que se vê arrastado para uma investigação da Polícia Judiciária em que a resposta a ela está trancada na sua mente sofrida.
O que alteraria?
Como já vos disse no cronograma, a ideia original estava bem afastada desta. Seria um romance, em que o jovem iriam acordar da operação e dar-se conta que tinha duas namoradas… E por mais que isso ainda aconteça nesta versão, o foco alterou-se de tal forma que me foram precisos os meses adicionais até encontrar a fórmula que queria. Porém, hoje, ao olhar para trás, talvez alterasse algumas passagens de uma personagem pela qual é possível ler – sim, a história não é só contada pelo ponto de vista do Duarte. Escrever as passagens dessa personagem, da sua mãe, foi por si só um desafio por me pôr no lugar de alguém que tinha o filho não só no hospital, mas com um passado tenebroso e potenciado pelas dificuldades sociais.
Outra das coisas que também faria era alterar o nome do melhor amigo do Duarte. Sim! Lembro-me bem como nos primeiros rascunhos sempre me diziam que apesar de bonito e bom, era um nome pouco usual. Partilhei dessa estranheza também. E por mais que esteja contente com o nome escolhido e no que a personagem é, gostaria de ter sido mais assertivo no início.
Algo que também gostava de ter tido era disciplina. Trabalhar numa história cheia de avanços e recuos de tempo implica estudo não só da narrativa, como das épocas. O meu problema foi que raramente apontava as datas dos eventos, fazendo tudo de cabeça. Claro que, eventualmente, criei um cronograma! Não sou tão parvo. A título de curiosidade, fiquem a saber que no manuscrito original estava que eram “cinco anos” de memórias perdidas, quando na verdade eram quatro!
Também aprendi que deveria ter feito pesquisa médica mais detalhada. Isto é, por mais que a tenha feito antes de começar a escrever, muitos momentos foram reescritos somente em 2017. Aqui tenho de agradecer à Inês, uma amiga que se encontra a tirar Medicina. Porém, a melhor coisa vem um pouco neste seguimento…
Lembro-me quando estava no fim do manuscrito e me dei conta que nunca tinha referido nenhum cuidado de saúde que o Duarte deveria ter. Não tinha referido o corte de cabelo após a operação. Isto deu-me cabo dos nervos. Muito. Estava prestes a escrever a minha cena favorita: a do funeral de uma das personagens, quando dei conta deste erro crucial. Após escrever a minha cena favorita e de partir o coração, muito porque nunca me pude despedir do meu avô após o seu falecimento, tive de recuar dezenas de páginas a acrescentar e reescrever cenas. Foi super, super demoroso, mas valeu muito a pena. No final, resultou no meu momento favorito de sempre, um que influenciou também o final.
Após o lançamento
O após lançamento foi excelente. Adorei a minha sessão de lançamento e o contacto com as pessoas. Foi mais próxima que a primeira, sem dúvida. Gostava de a ter gravado, confesso. Após isso, foi lidar com a espera pelas críticas. Hoje ainda não consigo acreditar nos 4,82 que o livro tem no Goodreads. Nas críticas e por perceber como a mensagem que queria passar foi transmitida. Aquela que deu origem à história: de que sem as nossas memórias, não somos nada.
Também gostei de me ver diante de alguns dilemas referentes ao final, já que uma leitora não concordou completamente numa linha da narrativa. Hoje, e após debates sobre o tema, defendo-a. Que sim, é possível o perdão, mesmo quando as situações são impensáveis. O que fazemos com ele é que depende.
Ainda a respeito do lançamento quero revelar, pela primeira vez, os discursos-base que eu e o @rfl19931 levamos. Curiosos?
DISCURSOS DE LANÇAMENTO
As escolhas
Após o lançamento e os dois primeiros meses as escolhas tornaram a ser evidentes. E ensinaram-me que deveria ter apostado mais no marketing no início, não me deixando ficar a sonhar por um outro tipo de marketing… É misterioso, mas sei que os autores vão perceber. Também teria, talvez, esperando mais uns meses. Digo isto pelo incidente nas instalações da Porto Editora que ditaram o registo tardio da obra na Wook e Bertrand. Porém, desta experiência, do Esquecido, só posso concluir que foi o livro que mais aprendizagens me deu. Sei que foi só o meu segundo… Mas acontece que entre O Bater do Coração e ele, escrevi o Uivares por cerca de dois anos, o Esquecido, e o P.S.: Ficas Comigo? – aquele livro gratuito que podem ler no Wattpad. Ou seja, houve muita aprendizagem d´O Bater do Coração a ir para o Esquecido, assim como do Uivares, e do Esquecido para o P.S..
Tirando os quilos a mais, houve também mais coisas a acontecer após todos estes momentos. Destaco, claro, o trailer do livro, assim como da presença na Feira do Livro de Coimbra e do Porto – onde conheci o nosso Presidente da República-, e a Expo de Barcelos. Foi também quando comecei a investir no marketing à medida que o público ia lendo a história. Em termos escritos, foi também quando comecei a divulgar mais sobre como foi escrever o livro. Dei-vos os Exclusivos, assim como a página de Perguntas e Respostas. Falei também dos Agradecimentos, um infográfico de como foi sofrer a escrever e algumas entrevistas. A título mais “sério” e a complementar o Perguntas e Respostas, falei da Violência Doméstica na história. Já no final do ano, e para este livro que chegou até França, gravei-vos um vídeo que falou sobre esse processo e…. a grande surpresa: um episódio de natal que se passa após o Epílogo revelador.

Apesar do ano ter sido recheado em conteúdo aqui no blog e redes sociais, confesso que muito ficou por cumprir. Eventos em que, infelizmente, não dependiam de mim. Destaco para a Feira do Livro de Valongo e a Feira da Presidência que, infelizmente, não se concretizaram… Por isto peço desculpa. Por ter, em algumas publicações, feito antever esses eventos. Também devo pedir desculpa por alguns dos erros que passaram da revisão do livro para os leitores. Fiquem conscientes que sei de todos e agradeço o vosso apoio e o “não julgamento”. Porque por mais que vos tenha falado dos erros dos autores, senti que deveria pedir nesta publicação, desculpa por essas falhas.
Em suma, aprendi muito. Sofri muito. São sentimentos constantes, mas tenho de agradecer o suporte recebido e a vossa vontade em ler mais e mais. Foi igualmente por meio desta experiência que criei muito conteúdo aqui para o blog. Denoto, claro, “O Caderno do Diogo”, que ganhará o seu e-book em breve. Em termos de escrita, e de género, o Esquecido é e será sempre lembrado. Digo isto porque apesar de os meus próximos livros/histórias serem romance, tenho já ideia para um thriller e acredito piamente em como irei tirar muito proveito desta aventura.
Sei que a publicação vai grande, mas espero sinceramente de que tenham gostado. De perceber e conhecer outras dimensões e a pontinha de umas, já que não poderei, por agora, falar sobre elas.
Se quiserem saber mais, podem carregar nas diversas ligações da publicação ou no menu. Ou ainda vos deixo a melhor ligação de todas:
Wook
O que vem depois do Esquecido?
Muita coisa…. E podem saber de tudo aqui.
2 thoughts on “1 ano de “Esquecido””