Quando no início do ano vos falei de novidades para a Conversa Entre Autores não estava a brincar. E aqui está a primeira: ao longo deste primeiro semestre pretendo dar-vos a conhecer alguns dos autores com quem mais tenho contacto e que me ajudaram igualmente na versão 1.0 da rubrica. Posto isto, a entrevista de hoje diz respeito à autora Catarina Oliveira.

Olá Catarina. Foi pela tua idade que me estrei também na escrita de livros, passando depois para a publicação. Com isto estou muito ansioso por finalmente te conhecer e falar contigo. Mas antes de tudo, queres apresentar-te para os que nos leem?

Alcateia foi a tua estreia. Grandiosa, diria eu, pelo facto de ser uma saga. Podes contar-nos com foi a aventura de o escrever?

Bem, quando comecei a escrever, nem sonhava em publicar. Simplesmente estava aborrecida e apeteceu-me sentar-me ao computador e começar a escrever. Não tinha ideia absolutamente nenhuma e decidi começar a contar as minhas aventuras no quinto ano. Contei à minha família e eles riram-se com a ideia de eu estar a escrever um livro. Mas no dia seguinte, sentei-me de novo e continuei. Até que houve um momento em que me apercebi que aquela história tinha de se transformar. O livro estava muito aborrecido. E então, decidi fantasiar tudo. A minha personagem passou de uma miúda normal para heroína de um romance. De imediato, um enredo a sério formou-se na minha cabeça e eu mal podia esperar para o passar para o papel. O livro foi crescendo, crescendo e crescendo até que eu percebi que não podia ser só um. A história, que no início não passava de uma brincadeira, significa agora tudo para mim.

O que te inspirou ao tema do livro?

Desde que li a saga Harry Potter, a fantasia tornou-se o meu género de eleição. Esses livros foram, sem dúvida, a minha inspiração.

Podes falar-me um bocadinho do trabalho de preparação para este livro?

Como a maioria da história foi inventada, só precisei de recorrer à minha cabeça. No entanto, na viagem até Chamonix que descrevo na história, foi necessária alguma pesquisa sobre os voos, o aeroporto mais perto, o preço do teleférico…

Sempre gostei muito de fantasia. Foi o que me fez amar o mundo dos livros. Desta forma tenho de te perguntar: porquê fantasia? Quais os desafios com que te deparaste?

Eu sempre fui uma sonhadora. Perder-me noutros mundos é o meu passatempo preferido. Como poderia escrever sobre a realidade quando o que eu adoro mesmo é desafiá-la?

O maior desafio foi a construção do mundo. Decidir as regras do jogo.

Com estas perguntas, o que podemos esperar desta narrativa?

Muitas surpresas e emoção é tudo o que prometo.

E foi-te difícil? O que é que foste sentido enquanto escritora à medida que ias delineado a história?

Entusiasmo por começar tudo a fazer sentido. Nesse aspeto foi como ler um livro. No início, não conhecemos as personagens ou a história mas, à medida que avançamos, começamos a perceber o mundo e os heróis.

Que temas podemos encontrar nesta história e que foram o teu foco?

Lealdade, coragem, amor entre irmãs, fantasia épica, luta, humor… São todos os que me lembro mas de certeza que há mais.

És uma jovem, pelo que quero muito saber: que medos tiveste ao enviar o livro para uma editora?

Temia que fosse rejeitado, obviamente. Temia que não estivesse à altura de todos os livros que eu adoro. Mas o entusiasmo por trazer as minhas personagens à vida sobrepôs-se aos medos.

Que perceção tens a respeito de ti sendo escritora?

Sinto que a minha escrita melhorou muito ao longo destes dois anos. Quanto mais escrevo, mais me apercebo dos erros que tenho de corrigir. Aos poucos, tento escrever cada vez melhor.

Qual foi, ou é, o teu maior medo enquanto autora?

O meu maior medo é cometer erros a nível cronológico. Sou um desastre a decorar datas e tenho receio de trocar a ordem dos acontecimentos anteriores ao nascimento da minha heroína.

Qual foi a personagem que mais gostaste de construir e aquela que de quem mais sentes saudades?

Sem dúvida, o Noah Blake. Desde que decidi fantasiar a história que o Noah se insinuou nos meus pensamentos, ganhando uma personalidade, de modo a que agora o considere um amigo de longa data. Não sinto saudades, pois eu continuo a escrever a minha saga e ele continua vivo.

Alguma das personagens são baseadas em pessoas que conheces?

Sim. Muitas das personagens são baseadas em família e amigos. Mas acabam por ser pouco relevantes. A única que é muito importante é a Maria João, a irmã da protagonista, baseada na minha irmã mais nova.

O final que escreveste foi aquele que sempre planeaste? Quando começas a escrever, tens sempre o final delineado ou manténs algumas possibilidades que dependem, por vezes imprevisível, do desenrolar da história?

Eu decido o final quando chego a meio do livro e já sei o rumo que a história vai tomar. No início, foi completamente improvisado.

Eu sou da opinião de que qualquer produtor de arte tem sempre receio de um certo tipo de pergunta que possa surgir por parte de quem a interpreta. Concordas? Tens alguma pergunta que achas que poderá advir desta história?

Tenho medo que a participação dos pais da Catarina seja questionada, por ser tão reduzida.

Como classificas esta história na tua vida? O que é que ela te deu enquanto pessoa?

Enquanto pessoa, esta saga deu-me um objetivo. Um sonho por que lutar.

E enquanto escritora?

Esta foi a minha primeira aventura literária e este livro foi uma porta aberta para o mundo da escrita. Uma porta que eu decidi finalmente atravessar e, agora que a atravessei, já não consigo voltar atrás. Vou continuar a escrever e talvez um dia me aventure em géneros fora da minha zona de conforto. Por agora, vou só continuar a aprender.

A tua obra tem quase um ano, pelo que tenho de perguntar: o que é que os leitores mais te dizem a respeito dela?

Eu costumo fazer muitas perguntas às pessoas que sei que leram o meu livro. Mas há uma pergunta que sempre faço. Quem é a personagem preferida. E qual não foi o meu espanto quando a resposta foi: “A Catarina, claro!”. Não, não é nada claro e eu quase me emocionei a ouvir aquilo. Saber que existem meninas do quinto ano a identificar-se com a Catarina e a esperar ansiosamente pelo segundo livro é mais do que algum dia sonharia.

Sendo uma saga, já estás a trabalhar no próximo?

Sim, já estou a trabalhar no resto da saga.

Agora vamos a algo mais rápido para todos te conhecerem. Preparado para umas respostas rápidas e curtas?

Sítio favorito para escrever?

À beira da lareira da minha sala, com uma chávena de chá.

Escrever com música, ou sem?

Sem música. Eu estudo música há dez anos. Não consigo ouvir e ficar indiferente.

Livro favorito?

Harry Potter (não consigo escolher só um).

Filme ou série predileto?

Filme – Les Miserables

Série – Game of Thrones

Momento favorito desta história?

Quando a Catarina encontra os fantasmas.

Momento que mais trabalho te deu escrever?

A viagem até Chamonix Mont-Blanc.

Desde que idade escreves?

Desde que aprendi a escrever. Mas livros, desde os 14 anos.

Já acabaste o segundo volume?

Sim.


Obrigado, Catarina. Foi um gosto falar contigo! Estou muito curioso para ler o livro.

Cordel d´Prata | Wook Bertrand

One thought on “Entrevista à Autora Catarina Oliveira

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