Ao longo da nossa vida vamos começando a compreender como o papel de uma mãe vai mudando. Mas para além desta mudança, a própria forma como um filho ou filha olha para esta. O que é certo é que passamos de uma dependência extrema para uma independência que, na verdade, quase nunca o é.
A minha mãe esteve sempre presente em diversos momentos da minha vida, e não poderia estar mais grato por isso. Por ter essa sorte, quando muitos jovens sofrem com o não conhecer o que é o amor de mãe. Aliado a isto, está a própria questão de que nem sempre uma mãe biológica é digna de carregar este nome. Todavia, não poderia estar mais grato, agradecido, à minha mãe. Desde a oportunidade de ter uma boa educação, aliado aos desejos do meu pai, ao ouvir-me sempre nas minhas necessidades – mesmo que prefira ver as suas novelas a séries americanas -, ela esteve lá. Perguntou-me se o meu sonho era ser escritor e eu respondi que sim, quase de lágrimas nos olhos. Nunca leu nenhum dos meus livros, mas sinceramente, o saber que ela lá está e apoia é mais do que poderia pedir. E mais: o de me fazer pensar sobre determinadas escolhas e acontecimentos.
A minha mãe ensinou-me a cozinhar, a fazer as lides domésticas e a que a minha estadia e vida independe no Porto se passasse com a maior naturalidade possível. O que é certo é que muitos dos seus hábitos foram para mim passados, como a paranoia de aspirar a casa umas duas vezes por semana. Obrigado, mãe. Obrigado pelas chamadas diárias, pelas saudades e por tudo o que me dás, mesmo sem pedir. Pelo sofrimento desnecessário, só por seres mãe, e pela sabedoria que tentas passar a filhos teimosos como nós. Podemos não responder naquele momento, mas acredita: está guardado em nós.
A minha mãe é uma luz, do qual o seu sorriso e gargalhada me enche o coração, já para não falar do que custa ao ver sempre que chora – curiosamente, herdei por completo o seu lado emocional e capacidade de ver uma pessoa na televisão a sofrer, eu sofrer em seguida.
Obrigado por veres a última temporada de Guerra dos Tronos com os teus filhos, mesmo que não percebas nada. Mas sobretudo obrigado por ensinares que o trabalho é importante e o quão esse esforço permite e permitiu as oportunidades que agora tenho.
Amo-te, mãe. E amo-te avó, por todas as vezes em que tu própria também me educaste, apoiaste, e ajudaste. Duas belas mulheres da minha vida…