Eu não sei como vos estou a escrever isto, sinceramente. Não depois de ter estado um dia inteiro a escrever sobre este mesmo tema na minha tese. A verdade é que entre consultas de apontamentos e textos, cheguei a uma conclusão muito importante. Uma que vem claramente influenciada pelos dias de hoje.
Vivemos na era do imediato. De consumir tudo e mais alguma coisa. Porém, para além de o fazermos, também somos produtores. Somos produtores de conteúdos, quer seja por meio de fotografias, quer de vídeos, quando fazemos uma publicação numa rede social, parte da nossa identidade fica lá. Visível, para sempre. E é sobre isto que me tenho debruçado… Em como estas partilhas parece que retratam uma identidade que nem sempre é verdadeira. Não estou a criticar o que se escolhe fazer/partilhar. A questão não é essa, mas sim a importância de nós, enquanto sermos humanos, devemos de nos valorizar.
Estamos numa altura em que é tão fácil sermos criticados por meio de rostos (in)visíveis, que esquecer quem somos, ou o que queremos, se torna um desafio. E julgo que as redes sociais contribuem muito para isso. Para o seguir padrões, normas, ou tendências quando nos esquecemos de sermos verdadeiros com nós mesmos. Mas será que isso é sequer fácil nos dias de hoje? Quando a internet é uma forma de escapar a uma realidade pautada por pressões internas e externas? E pior: será que fazemos tudo isto de forma inconsciente? Sem pensarmos plenamente em nós e fazermos algo só para o outro/s ver/em?
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Isto tem sido o que me tenho debatido ao longo destes dias. Uma avaliação aplicada também aos meus próprios comportamentos, ao que partilho e como o faço. O que é certo é que o politicamente correto é uma valente porcaria, mas até que ponto se justifica falar dele quando o que importa é defender a nossa integridade, vida, e quem somos?
Somos feitos das interações com os outros. Do explorar. De resolver conflitos internos, quer externos. Mas no meio desta batalha secular, como nos podemos verdadeiramente defender?
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