Este mês vou fazer a maior batota que este clube já viu. E isto porquê? Bem, por questões de saúde atrasei por completo a finalização do livro que comecei a ler em abril, Black Heart, da escritora portuguesa Lauren Lewis. Com isto, lá fiquei impedido de participar no tema do mês de abril, que era o meu amado policial. Porém, uma vez que o tema deste mês é “autores lusófonos” e por acaso o livro que escolhi como policial é de um, vou mas é dar-vos duas publicações do clube. Como o importante é a leitura e esta partilha, penso que não haja problemas – penso eu…
Leitura Sugerida: Entrevista à autora Lauren Lewis
Comecei assim a ler Black Heart no passado mês, e rapidamente me vi curioso para o que a autora tinha para contar neste seu livro de estreia. Confesso que no início a história não me prendeu de imediato, mas fiquei tão maravilhado com a escrita natural, elegante, requintada, e bem desenvolvida da Lauren, que para seu primeiro livro, é abismal. Quer seja em vocabulário, expressões, ou metáforas, a escrita apresenta-nos aquelas personagens e faz-nos navegar por elas como outros livros teriam dificuldade.
Escrita: 4/5
A história narra o amor entre duas pessoas de mundos diferentes e com passados completamente distintos e que os tornam nas personagens que são. Acontece que não consegui gostar da personagem do qual o livro é narrado. Sendo uma personagem tão nova, com vinte e quatro anos e com pensamentos vincados nas primeiras 200 páginas do livro, são diversas as convergências e questões bipolares que acabam por não ter razão de acontecer pelo seu passado e ações futuras. Gostei muito da personagem masculina e de como a autora aborda nele o problema da depressão, auto-mutilação e possível suicídio. Fiquei muito intrigado também com a questão de até que ponto o amor cego é saudável, e de como a história retrata questões de violência no namoro e dependência. Esta relação é explicada muito pelo sexo, decorrente de diversos diálogos de tirar o fôlego e que me deixaram com saudades de ler a relação quando não estava a ler o livro.
Alguém muito divertido e consistente na história é a irmã da Anna, que nos dá todos os momentos de sabedoria, responsabilidade, mas também de amor real e sincero, quer para com a Anna, como para a pessoa com quem tem um relacionamento. Tem diversos momentos cómicos, que nos fazem rir, pena que a Anna não pense o mesmo pela sua teimosia…
Personagens: 3/5
Senti que houve momentos mal aproveitados e algumas incongruências da personalidade da Anna com a história que não permitiram o avançar da mesma ao longo das 447 páginas. Congratulo imenso a autora pela sua capacidade escrita, por dar momentos de rir, de nos tirar lágrimas e vou sem dúvida acompanhar de perto os seus futuros trabalhos. Espero conseguir ler o Volume II do livro e tentar perceber como acaba esta história de amor cheia de referências a clássicos e que nos deixa em êxtase pela sua intensidade.
História: 3/5
Classificação Goodreads: 3/5
Wook
Como o tema do mês é autores lusófonos, muito por conta do Dia do Autor Português, a 22 de maio, não poderia deixar de vos dar algumas sugestões de leitura:
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