Há muito que um capítulo esconde. Quer em termos de história, desenvolvimento, ou até sofrimento de um autor, como suor, lágrimas e desespero, existem alguns elementos que aprendi como sendo fundamentais num capítulo. Infelizmente, só alguns comecei agora a aplicar com mais ênfase. Mas já diziam: mais vale tarde, que nunca. Mas é notório como me ajudaram imenso a colocar a história e personagens. Ajudaram-me até a avançar na escrita, pelo que não me vou mais alongar:
Os 5 Sentidos
Sinto-me envergonhado por só até há tão pouco tempo ter dado conta deste fator como algo realmente importante e que até usava e não tinha noção. A verdade é que é importante não nos esquecermos dos cinco sentidos de forma a ambientar o que o leitor está a ler. É também uma forma de o autor descobrir mais sobre o que escreve e de o leitor conseguir transportar-se com mais facilidade para a trama. Por isso, quando escrevem, perguntem sempre: “o que sente a minha personagem?”.
O Passo
O passo a que um capítulo/cena/momento decorre é muito importante. É muito frequente ficarmos perdidos na escrita de um momento porque nos está a dar prazer, que quando o lemos como um leitor, damos conta de que se arrasta. Que o seu passo não se adequa de todo à obra ou até momento. O certo é que existem acontecimentos numa história que são mais dignos de desenvolvimento do que outros, não é? Por exemplo: não me parece adequado deixar o leitor perdido em diálogos e momentos que envolvem simplesmente o realizar de uma refeição, ao invés de trabalhar antes um momento-chave ou revelação bombástica.
Os cliff changers
Ou ganchos narrativos, podem ser excelentes formas de se acabar um capítulo. Não só o leitor fica com uma necessidade urgente de ler o capítulo seguinte, como ajuda um autor na tarefa de iniciar o próximo. Não tem de ser algo revelador, mas vamos imaginar que temos um conjunto de amigos reunidos e que planeiam o que fazer para derrubar uma força do mal/ para ajudar uma personagem em algo urgente/ etc.. O autor pode acabar o capítulo com uma das personagens a dizer: “Vou agora dizer-vos exatamente aquilo que vamos fazer!”. Não só pode se tornar algo enigmático, como o facto de o capítulo seguinte não dar logo a resposta, fará o leitor sentir que tem em mãos um livro incapaz de parar de ler.
Espero que tenham gostado de refletir sobre estes três pontos. Sem dúvida que falar-vos deles provocou em mim uma sucessão de acontecimentos e que me vão auxiliar em obras futuras. E vocês, o que acham que deve ter um capítulo?
Enquanto leitora, gosto de capítulos relativamente curtos, com equilíbrio nas descrições e com diálogos. Não gosto de capítulos muito longos e descritivos como Eça de Queiroz.
Beijinhos!
GostarLiked by 1 person
Verdade, também sou assim. A não ser que o autor, ou o livro, justifique muito bem essa questão. O livro que li mais longo em capítulos foi o Angelologia e amei. Demorei imenso a ler, e fiquei desmotivado pelo tamanho, mas a história justificou.
Beijinhos e obrigado 🙂
GostarGostar