Quando o ano passado andava a circular pelas ruas do Porto, reparei que algo de estranho se passava. Não pelo movimento em si, que já há muito é característico da cidade, mas sim de ver pessoas em filas de espera diante de monumentos ou locais célebres. Nesse mesmo ano acabei por perceber que era um evento de fim-de-semana único e que permitia a entrada gratuita, acompanhada ou não, numa catrefada de lugares emblemáticos das cidades do Porto e Gaia. O nome do evento era Open House Porto, e este ano consegui ir!

Escrevo-vos isto com alguma alegria, é certo. Se há coisa que adoro é passear e descobrir o que escondem paredes ou cancelas que impressionam. Desta forma, ao saber que a edição deste ano se dava no 29 e 30 de junho, não podia perder. Falei logo com o Ricardo – aventureiro tal e qual eu -, e lá fomos descobrir o que havia para ver e possível de ver.

A visita começou no ponto número 06 – Porto de Leixões. A caminhar desde a manhã, ter este local como cenário para um descanso de final de tarde, foi maravilhoso. Não só pela vista para a praia, mas pela beleza arquitectónica do espaço. São diversos os laboratórios ligados à biologia lá presentes, e perceber como o seu revestimento se camufla naquele ambiente marinho, foi sem igual.

A vista panorâmica é inspiradora, e nem consigo imaginar o que é trabalhar num espaço destes, com esta abertura para momentos de descontração ligados à área de investigação. O que é certo é que o descanso levou a uma aventura noturna, desta vez pelos lados de Gaia.

Falo, claro, da torre Altice. Responsável pelo serviço de TDT, é a maior estrutura do género em Portugal. Mete respeito, e os seus números também. A vista é deslumbrante, sendo fácil identificar os pontos típicos da cidade, como a Serra do Pilar, a ribeira e a Ponte D. Luis.

Com um dia cansativo, o domingo levou-me a descobrir mais dois locais: os claustros da Serra do Pilar, assim como da emblemática Câmara Municipal do Porto. Sendo locais em que passo com frequência, o meu interesse era gigantesco, e não fiquei desapontado. Apesar da igreja da Serra estar fechada naquele dia, consegui visitar o interior dos claustros e descobrir uma exposição belíssima de design de interiores.

Na Câmara Municipal do Porto, sabendo que abre no primeiro domingo de cada mês para visitas guiadas, fiquei descontente por não subir até ao seu topo. Sendo mais que compreensível – uma vez que as visitas do Porto Open House geram muito tráfico e tempo ao guiar os visitantes -, ficou a promessa de conseguir inscrever-me para uma visita futura.

A visita, como referi, foi guiada, levando-nos a conhecer pormenores únicos da construção do edifício e de como cresceu com a cidade. As influências externas também foram notórias, sendo que como Lisboa é a capital, o sustento da construção do edifício é de este nunca poder ser “mais grandioso” do que a Câmara da capital. Grandiosidades e centralismos à parte, o interior é requintado, antevendo histórias sem fim…

Sendo uma iniciativa pouco promovida pelos meios habituais, recomendo-vos a estar atentos para a que se realiza em Lisboa – em setembro -, e curiosos para a descobrir no Porto no próximo ano. São 70 locais disponíveis para visita e acreditem, valem a pena!

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