Esta podia ser uma aventura contada a duas vozes, já que fui com o Ricardo. Todavia, como neste momento ele deixou-me dedicar à escrita enquanto prepara a refeição – as vantagens de se viver em harmonia -, venho aqui contar-vos como foi rumar mais a norte, e conhecer a cidade de Guimarães, assim como tocar quase em Espanha, numa das belíssimas cascatas do Gerês.

Os Recantos de Guimarães

Sexta-feira foi quando a nossa aventura começou, ao darmos conta de como o centro histórico da cidade, se conseguia ver em poucas horas e tendo as pernas como veículo privado. A começar pelas muralhas do castelo para, posteriormente, passarmos ao Palácio dos Duques, foi com agrado que encontramos uma cidade pulsante em turistas – quer portugueses, como estrangeiros. A simpatia e alegria parecia ser contagiante, e foi com contentamento que descobrimos o berço de Portugal.

O Palácio dos Duques foi uma autêntica surpresa na sua grandiosidade e cuidado na preservação, parecendo quase um cenário saído dos filmes de Harry Potter. Os traços arquitetónicos partilhados com alguns mosteiros em Évora são notórios, não deixando na mesma de deixar marcado um lugar na cultura do país.

O deslumbre tomou conta de nós, e mal podia esperar por conhecer a cidade. Fazendo o trajeto todo a pé, fiquei admirado como a população se reúne nas vésperas de fim-de-semana nos diversos restaurantes do centro. Com traços bem semelhantes ao que vos mostrei da minha viagem a Santiago no início do ano, foi com deleite que me apercebi do cuidado que o município teve em iluminar “as ruas” de forma diferenciadora.

Opções para jantarem não faltam, quer em restaurantes locais: como a fabulosa hamburgueria “Dan´s Finger Food And Drinks” , a cerca de 12 minutos a pé do centro. Se perferirem, também perto do centro, e a cerca de 15 minutos a pé, está o Guimarães Shoppping com as ofertas mais conhecidas.

Para terminar o dia, ficou a ida ao Santuário da Penha. É por meio de estradas, às vezes sinuosas, que se chega ao cimo do monte, mas que nos dá uma vista soberba para a tranquila cidade.

Descobrir o Gerês

A beleza natural do Gerês é algo conhecido por todo o português. Quer seja em natureza e floresta, para as suas cascatas, a sua imensidão e referência ambiental são inigualáveis. Estando Guimarães a cerca de uma hora e dez minutos desta paraíso verdejante, rapidamente nos fizemos à estrada. O número de minutos não consegue fazer jus aos quilómetros já que a viagem é longa pelo número de curvas e contra-curvas que tivemos para chegar à serra. O facto da estrada ser sinuosa e apertada leva igualmente a uns momentos de arrepiar, especialmente quando encontramos inesperadamente um carro noutro sentido. Fora isto, foram duas as cascatas que visitamos, e sem mais palavras, vos trago as imagens:

Cascata da Portela do Homem

Pode ser complicado ter a perceção da cascata, mas são as várias quedas de água que dão, posteriormente, origem à queda de água da lagoa – local favorito para os banhos. Não lá fomos, já que ter local conveniente para colocar a toalha e aproveitar o sol, estava impossível. Porém, a aventura que percorria o nosso olhar com a vontade em andar sobre cada pedra para descobrir a melhor vista, permitiu-nos desfrutar da natureza como é raro ver.

Como recomendação, sugiro que façam toda a viagem bem cedo, de forma a aproveitar os melhores lugares. É fácil encontrar formações rochosas planas, pelo que toalhas, fato de banho e até alguma comida é bem-vinda (não se esqueçam de deixar tudo limpo). Existe igualmente um parque na fronteira. Tem o custo de 1,5€ e é pago ao dia. Podem percorrer o trilho que eu e o Ricardo fizemos e que deram origem às fotos. É neste que encontram uma maior vista e maiores áreas para se deitarem enquanto refrescam os pés nalgumas parte do caudal. Se quiserem ir para a lagoa e ver a queda de água maior, o percurso é feito junto à ponte da fotografia (passam por ela ao descer do parque). Levem sapatilhas confortáveis e muda de meias, no caso de meterem, sem querer, a pata na poça. Uma vez que, na maior parte dos locais, a rede é fraca, avisem pessoas conhecidas para onde vão e guardem os mapas offline dos locais a visitar, de forma a que o GPS não vos falhe.

Cascata Tahiti

Uma vez que tínhamos já feito uma longa viagem pelo Parque Natural, era de aproveitar e irmos descobrir mais um destes paraíso. Isso aconteceu nas Cascatas Tahiti. Como são grandiosas. Movimentadas e com três cascatas que se “espalham” pela encosta, chegar até à maior foi uma pequena-grande aventura por meio de terra e troncos caídos. É rápido de fazer, mas mais fácil se forem acompanhados. O que é certo, é que quando se chega, não se quer mais voltar a sair dali. Nem a água fria, mas pura, nos impede de nadar junto com alguns peixes.

Esta última imagem é a chave para compreender a posição das fotografias, já que a lagoa que é visível, é a mesma em que se veem depois as duas quedas de água das primeiras fotografias. Espaço para banho e estender a toalha é coisa que não falta, mas aqui aplicam-se os mesmos conselhos: vão cedo, acompanhados e avisem pessoas próximas para onde vão. Nunca se sabe como estão os caminhos de acesso.

Foram dois dias fantásticos, quer em descanso, quer na descoberta de algo tão nosso, e espero sinceramente que tenham a oportunidade de, um dia, fazerem estes percursos. Algo que recomendo, e no caso de começarem a fazer estas viagens bem cedo, é tentarem ver o maior número de cascatas possíveis. Uma vez que estão “quase” todas em caminho umas das outras, é de aproveitar. Além do mais, se o que pretendiam era banharem-se nessas águas, podem antes escolher as diversas praias fluviais e que têm vista para as serras.

Nota: todas as fotografias aqui publicadas são da minha autoria. Se as usares, não te esqueças dos respetivos créditos.

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