A página à nossa frente está em branco. O sinal do cursor a cuspir na nossa cara é um sinal do presságio que está prestes a ocorrer. Sentimo-nos loucos, desesperados. Queremos escrever. Temos algo a dizer, a acrescentar. As personagens, história, momentos que queremos criar, está tudo lá. Na nossa cabeça. Quase que sentimos na ponta dos dedos. Mas o sangue não circula. O cérebro está em estado vegetativo e a única coisa que nos espera é bufar e desligar o computador. Estamos bloqueados e não nos poderíamos sentir pior.
Porém, existe pequeno segredo que talvez possam não ter pensado ou, quiçá, não acreditar nele. Sabem qual é? Que mesmo estando bloqueados, ou com falta de vontade, escapar à escrita também faz de nós autores. O ir procurar novas ideias, arejar a mente. O pensar, refletir, abstrair-nos do que gostamos.
Associamos o “fugir” – escapar -, a algo cobarde. A estarmos a enganar-nos a nós em algo que, na verdade, acabamos por pensar não ter jeito. Mas, por favor, temos de ser mais sensatos connosco: não é esse refugiar que nos tira a credibilidade. Somos humanos, e não nos esquecermos de como pausas são necessárias, é a chave para enfrentar qualquer desafio.
2 thoughts on “Escapar também faz de ti um escritor”