Quando o ano passado comecei a perspetivar o que queria para o blog este ano, uma das rubricas pensada foi “O meu baú”. Nesta rubrica iria vasculhar os meus alçapões de memórias e falar com vocês um bocadinho das mesmas.

Os meses passaram, e esta publicação cujo carimbo do rascunho marca outubro foi sendo esquecida para dar lugar à azáfama da vida. Hoje, 6 meses depois, está na altura de passar dos tempos verbais passados para o presente.

As estreias dos filmes Harry Potter

Estávamos em 2001 e foi pela minha madrinha e os livros de um feiticeiro que ela estava a ler que fiquei a conhecer o Harry Potter. Sendo na altura extremamente curioso com perguntas sem fim, quer do que estava a acontecer no livro que a minha tia estava a ler e o que iria acontecer, esse ano foi marcado não só pelo nascimento do meu irmão, como pela minha inserção no maior universo cinematográfico de todos os tempos.

Com salas de cinema esgotadas por todo o país – e numa altura em que não havia propriamente grandes cadeias de cinema em Leiria (e no país), era com expetativa que aguardava pela estreia de um filme que tinha o que mais adorava: magia.

Adoraria dizer-vos como entrei em contacto direto com o filme, isto é: se tinha visto o trailer antes de o ver, já que com 6 anos e apesar de ir ao cinema, não tenho a completa perceção da forma como olhava para as apresentações das próximas estreias. Mas, passando esta cortina de fumo, como foi a estreia?

Memória nostálgica

Lembro-me de que como estava tudo esgotado, eu, o meu pai, madrinha, tio e amigos, tivemos de ir ver o filme à Batalha (e não ao mítico Teatro José Lúcio da Silva). Lembro-me como tivemos uma conversa parva (ou melhor, EU tive) sobre o porquê de se chamar “dobrado” a um filme noutro idioma já que ninguém estava a “dobrar nada como num guardanapo”. Recordo-me da sala cheia, de um ecrã gigante que me fez ficar obcecado durante toda a minha infância, adolescência e início de idade adulta, com o universo criado por J.K. Rowling.

Sim, vi o filme dobrado e, meses mais tarde, recebi a versão em VHS numa altura em que o DVD começava a surgir e os seus preços eram irrisórios. O que é certo é que as edições clássicas são belas e não podia deixar de as reviver com vocês:

Imagem do DVD “normal”. Não consegui encontrar das Edições Especiais Portuguesas

Como foi o meu crescimento com os filmes?

O crescimento levou-me a reservar uma data em cada ano para cada estreia. Foi quando comecei a apreciar ir às estreias de filmes e não nos dias seguintes, onde a espera era pior. Claro que, ao crescer, fui percebendo que a vida nem sempre nos possibilita ir assistir a uma estreia, mas foi com alegria e ansiedade que assisti a cada filme. Que me lembro que o terceiro filme foi visto no Algarve, com toda a minha família, e o último assisti com a minha madrinha, numa sessão das 15H no Cinema City Leiria.

Recordo-me como vibrei com cada cena, especialmente por só ter lido os livros anos depois do último filme. Lembro-me como senti a frenética batalha magnífica da Ordem da Fénix, assim como quando chorei diversas vezes ao assistir à Parte 2 dos Talismãs da Morte. Mas não foi só o chorar das cenas e do final: foi o no final do último filme, perceber que não haveria mais. Que tinha passado não só por este ciclo, como eu tinha completado muitas as minhas trajetórias de vida. Isto custou, muito. O sentir que não haveria um ponto de refúgio no ano seguinte, ou no depois. A isto chama-se crescimento, e Harry mostra-nos como passar por ele. Que é normal. Que mesmo que custe, vamos ter pessoas significativas a nosso lado.

E o fã? Morreu?

Ser fã desta saga é algo que nunca desvanece. O mesmo de alguém que ama Indiana Jones, Alien ou Star Wars. É impossível de esquecer o marco cinematográfico, mundial e mundano que um filme destas sagas, tem. Foi o que me levou a descobrir, anos mais tarde, os Estúdios em Londres da Saga, assim como mergulhar este ano na exposição que chegou a Lisboa. E, a cada nova experiência, o sentimento de pertença é sempre revigorado. Não só pela história intemporal, mas pela nostalgia e saudade que me faz desejar esquecer tudo o que a saga me deu para a reviver como na primeira vez.

One thought on “O meu baú: As estreias dos filme Harry Potter

  1. Tenho como meta fazer uma maratona de HP e ler novamente os livros. Vou ver se consigo fazer este mês. Lembro-me que li o primeiro livro algures pelo 6º ano quando surgiu a febre do HP só se falava nisso na escola. Vi os primeiros 4 filmes entretanto achei os outros muito obscuros e não vi. Talvez veja o filme depois de ler o livro para comparar.

    Era para ir ver a exposição em Março, com o vírus adiei e a exposição também encerrou, espero ainda ir a tempo de ver.

    Beijinho!

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