Tenho falado ao longo do último ano no porquê de escrever. No facto de, com cada livro, procurar uma forma de intervenção. Com isto, e toda a lenga-lenga que vos tenho debitado sobre algo que é, na verdade, muito importante, venho destacar seis livros que abordam esta questão e que me inspiraram.
Porém, antes de começar, preciso de vos dar a perceber o que entendo por este conceito…
Livros de justiça social? Quê?
Não, não é um livro técnico nem tampouco um livro exclusivo à temática do direito. É antes, e neste caso, uma história narrativa ficcional (ou não) e que procura sensibilizar o leitor para temas fraturantes da sociedade. Um cujo ADN da história respirar por todos esses poros e não que se sustentem, por si só, no romance e/ou drama.
Isto Acaba Aqui – Colleen Hoover

Esta lista tinha de começar com o Isto Acaba Aqui, da Colleen Hoover. Amor por ela à parte, esta história sobre amor e drama esconde um tema muito atual e atual: a violência doméstica. Como assistente social, este foi dos melhores livros que li alusivos ao tema, muito melhor que qualquer livro técnico. Tal deve-se à resposta de como é difícil deixar alguém que nos faz mal. Uma leitura que vale a pena.
History is All You Left Me – Adam Silvera

Apesar de inglês, esta história retrata a forma difícil e solitária do que pode ser lidar com o luto, especialmente quando somos adolescentes e o mundo parece estar contra nós. Não obstante, as personagens representativas da comunidade LGBTQ, existe um aprofundando de temas fraturantes da sociedade moderna.
Black Heart – Coração Negro – Lauren Lewis
Assinado em pseudónimo, este romance erótico tem no seu ADN temas como as relações amorosas tóxicas e, quiçá, violentas, e na forma como se traduzem em questões de depressão. Estes momentos são palpáveis, levando a que uma das personagens represente de forma profunda a forma como lida com isso e arrasta, de certa forma, quem com esta interage.
All Your Perfects – Colleen Hoover

Colleen Hoover regressa novamente a esta lista num romance onde se procura força para se reerguer de um casamento onde a possibilidade de não se ter filhos é avassaladora e molda a separação do casal. De forma tocante e marcante, as personagens procuram a sua justiça e auto descoberta, enquanto ajuda aqueles que ou passam pelo mesmo, ou poderão conhecer quem passe. Não se enquadram neste público? Sem problema: a consciencialização é a melhor arma.
A Ilusão de Merit – Colleen Hoover

No seguimento do já explorado pela autora, segue a narração em primeira pessoa do que é viver no centro da depressão e não ter sequer essa consciência. Num romance avassalador e verídico, a autora mostra ao leitor e a quem passa por este flagelo, de como a jornada é vertiginosa.
No Final, Morrem os Dois – Adam Silvera
Adam Silvera regressa para fechar a lista neste que foi o seu primeiro livro editado em Portugal. Nesta história de descoberta pessoal, temas como a morte e as pazes com o passado são centrais numa narrativa que fala de algo ainda muito difícil de retratar: a morte.
Bónus: 5 livros a ler sobre justiça social
Como perceberam, não são muitos os livros que li no que toca à diversificação de autores (porque facilmente poderia incluir mais da Colleen). Contudo, quero dar-vos a conhecer alguns livros que planeio ler à luz deste ramo literário. A maior parte deles estão só disponíveis em inglês.

But playing for the other team means leaving behind his family, including Antonio, Laz’s younger brother, who more and more, seems to be drawn to the dark world of the Jet City’s drug ring. Now Laz will have to choose between being the star pitcher he always dreamed of becoming and the team player his family needs.
O meu nome é Flora Banks, tenho 17 anos e tenho amnésia.
Quando tinha dez anos, removeram-me um tumor do cérebro.
Desde então, sou incapaz de me lembrar do que acontece no dia a dia. Não consigo criar novas recordações.
O meu nome é Flora Banks, tenho 17 anos e tenho amnésia.
A minha memória reinicia inúmeras vezes. Suspende-se e recomeça como se a desligassem da corrente sem aviso. Para me lembrar de quem sou e do que gosto, escrevo-o em papéis.
Gravo-o até na minha própria pele.
O meu nome é Flora Banks, tenho 17 anos e tenho amnésia.
Esqueço tudo o que me acontece, exceto o momento em que beijei o Drake.
Um beijo que pode ser a minha cura. Um beijo que está prestes a levar-me numa viagem arriscada e que mudará a minha vida para sempre.
Será que estou preparada para tudo o que vou encontrar?
O meu nome é Flora Banks, tenho 17 anos e tenho amnésia, mas sou muito corajosa!
Um livro marcante!
Uma jornada emocionante que nos faz acreditar no impossível.

Jaime is sitting on his bed drawing when he hears a scream. Instantly, he knows: Miguel, his cousin and best friend, is dead.
Everyone in Jaime’s small town in Guatemala knows someone who has been killed by the Alphas, a powerful gang that’s known for violence and drug trafficking. Anyone who refuses to work for them is hurt or killed—like Miguel. With Miguel gone, Jaime fears that he is next. There’s only one choice: accompanied by his cousin Ángela, Jaime must flee his home to live with his older brother in New Mexico.
Inspired by true events, The Only Road is an individual story of a boy who feels that leaving his home and risking everything is his only chance for a better life. The story is “told with heartbreaking honesty,” Booklist raved, and “will bring readers face to face with the harsh realities immigrants go through in the hope of finding a better, safer life, and it will likely cause them to reflect on what it means to be human.”

The contributing authors are awardwinners, bestsellers, and newcomers including Kody Keplinger, Kristine Wyllys, Francisco X. Stork, William Alexander, Corinne Duyvis, Marieke Nijkamp, Dhonielle Clayton, Heidi Heilig, Katherine Locke, Karuna Riazi, Kayla Whaley, Keah Brown, and Fox Benwell. Each author identifies as disabled along a physical, mental, or neurodiverse axis—and their characters reflect this diversity.
«Às vezes, acho que as pessoas tomam a realidade por garantida. Quer dizer, como é que se percebe a diferença entre sonho e vida real?»
A Alex enfrenta uma luta diária: distinguir entre realidade e alucinação. Munida de uma atitude destemida, uma bola mágica e uma máquina fotográfica que lhe permite captar o mundo exterior, ela trava uma batalha contra a esquizofrenia, enfrentando tudo e todos para não se deixar definir nem limitar pela sua doença.
O seu plano parece correr-lhe de feição ao iniciar uma nova vida numa nova escola. Mas, um dia, a Alex conhece o Miles e, de um momento para o outro, começa a viver os ritos de passagem próprios da juventude: faz amizades, vai a festas, apaixona-se…
Porém, o mundo da Alex está repleto de cores, objetos, pessoas e sons que podem ou não ser reais. A memória e os sentidos mentem-lhe constantemente, semeando a dúvida: será que o Miles existe mesmo? E estará ela preparada para ter uma vida normal?
Um livro provocador e intrigante sobre a doença mental e o significado de ser adulto.
E o meu!
Não podia terminar a publicação sem apresentar o livro que me levou a envergar por este género literário. E, apesar de ter iniciado esta viagem em Esquecido, em O Que Nos Magoa a vertente biopsicossocial é muito, mas muito maior:

Podem adquirir o vosso exemplar em: Cordel d´Prata, Wook, Bertrand e Fnac.pt. Também em e-book em: Rakuten Kobo, Barnes & Nobles, Apple Books, e Amazon Kindle.