Como é que continuo a ter um blogue?

Tenho o rascunho com este título desde 2018 e, sem surpresa, foi a primeira publicação em que carreguei agora, na busca de ideias para o que haveria de escrever para este meu espaço. Não propriamente numa ótica de “não ter ideias”, mas mais numa de “O que quero escrever?”, “O que realmente me apetece?”. Surpreendentemente, e de forma simples, este é o real motivo de ter um blogue….

Escrever, só

Muitos acreditam que tirava notas brilhantes a português só por ser escritor. Bem, fiquem a saber: estão longe da verdade? Porquê? Bem… acontece que sempre que respondia nos testes, ia mais para respostas literárias do que diretas. Ou seja, tornava-me ambíguo, perdia-me, e pensava que, por escrever muito, fazia bem. Percebi, pela altura dos Exames Nacionais, este meu problema e a necessidade que tinha em separar os meus diferentes estilos de escrita: o literário do escolar, profissional e quotidiano.

Esta mudança levou-me a uma nota boa na segunda volta do Exame Nacional e o de compreender como se torna importante a nossa introspeção. Isto levou-me sempre aos blogues. Ao escrever sobre o que quiser e da forma que quiser. Obviamente que esta forma tem de ter o seu cuidado (especialmente com a parte dos erros), mas permite-me descobrir diferentes camadas de mim enquanto autor e pessoa. É por esta razão que tenho um blogue.

Um blogue é sermos livres

Lembro-me dos blogues que tive em formato de diário, para depois usá-los somente para partilhar o que gostava na internet. Este acabou por surgir como sendo dedicado para a escrita e, anos depois, compreendi como cada um destes campos se podem e devem juntar. Porquê? Bem, eu não sou feito de uma só vivência ou momento e, sendo algo que me molda na escrita, ter e manter um blogue permite-me ter um refúgio seguro. Um que exploro, que conto, divirto, erro, partilho, anuncio e felicito.

Como, realmente, continuo?

Nem sempre é fácil. É um malabarismo entre escrever no meu manuscrito, escrever sobre tecnologia e, claro, a vida corrente. O certo é que, mesmo não tendo já a capacidade de escrever diariamente para o blogue como há uns anos, saber que tenho este espaço, um que me permite escrever de coisas como esta, me dá uma paz de alma que supera qualquer cansaço.