Estou a olhar para a minha nova jarra e conjunto de pétalas extremamente realistas que comprei. Está na sala, numa mesa de madeira onde faço as minhas refeições. A mesa dá para seis, mas facilmente cabemos mais. É uma mesa de união e que, para mim, significa convívio, mesmo quando estou a comer sozinho. É com este pensamento que decidi escrever esta publicação. Uma que fala dos meus doze anos aqui no blogue. Já tive diversos blogues: alojados no sapo, em duas plataformas extintas, uma da Microsoft e uma outra de um “blog.com (já não me recordo), e diversos blogues no WordPress. Este foi, claro, a plataforma que perdurou para mim e, apesar de serem mais de 12 anos, não consigo deixar de perguntar-me no porquê de continuar a ter, em 2022, um blogue.
Este continua a ser o meu lugar de conforto
Posso não estar a escrever com a regularidade de há anos, mas sabem o quão feliz fico, todos os dias, por me recordar deste espaço aqui? Um que, não só me permite conversar convosco e falar de escrita e livros, como de construir como que uma “base de dados” de todo este conteúdo para outros o descobrirem? Acho isto mágico. E esta magia não é um mero conto de fadas.
Cada vez mais precisamos de espaço pessoal
Parece estranha esta ideia aplicada ao conceito de blogue, especialmente o meu, que é público, mas termos coisas nossas revela-se cada vez mais necessário. Não somente por ser autor e o blogue ser uma ferramenta, mas o de usar este blogue como escape mental. Especialmente quando, atualmente, estudo e trabalho ao mesmo tempo. Isto é muito, e ter um espaço em que posso simplesmente “escrever” sem o propósito de outrem é como uma bomba de açúcar para um cérebro cansado e saudoso.
Ter blogue ainda vale a pena?
Esta resposta não cai do céu, e chega com base em três fatores: estatísticas, a minha psique e a minha carreira enquanto autor.
As estatísticas, mesmo sem conteúdo novo, estão ótimas. São constantes e demonstra a necessidade de existir este conteúdo que acaba por ser mais vocacionado para autores. A minha psique vem a seguir, e ter esta base estatística permite-me não sentir tão mal por não publicar com tanta frequência, ao mesmo tempo que me sinto aconchegado e confortável por poder voltar para aqui “a qualquer momento”. Por último temos outro elemento já anteriormente referido: o de ter um site que me ajuda a chegar a novos públicos. Estes fatores levam-me a dizer que, para mim, continua a fazer sentido ter um blogue. Porém, reconheço que posso ser mais abrangente e continuo a incentivar todas as pessoas a ter um.
Sim, qualquer pessoa pode ter um blogue!
Conhecem a frase que refere que não devemos ocupar os papéis dos outros e criar o nosso? Ter um blogue, uma página numa rede social, é isso mesmo. Um portefólio que, tanto pode ser nosso, como um grande organizador mental, privado, ou algo mais abrangente e que chegue a mais pessoas. É certo que todos queremos coisas mais imediatas, mas continua a existir espaço para estes alojamentos próprios na web. Um que podemos espelhar à nossa imagem, ideias. Um que nos ajude a escapar de uma vida cada vez mais confusa e complexa. Estes doze anos voaram, mas sempre me senti mais completo em saber ter espaço. Um para onde posso fugir, tal e qual como quando vejo um filme da Disney e me sinto uma criança numa realidade alternativa.