“Certo! Não era coisa que eu ouvisse todos os dias, e na verdade, acho que nunca tinha ouvido. No entanto, era estranho. Ouvir um rapaz com dezassete ou dezoito anos a dizê-lo. Não duvidei por um segundo que estivesse a dizer a verdade, bastava olhar para os seus olhos. Aproximei-me dele, hesitante, dando passadas breves e curtas. Nunca tinha sentido esta sensação de querer reconfortar alguém. Era como estar num daqueles meus livros, nas histórias que lia todas as noites.
Sentei-me junto do rapaz, ainda sem nome, e fiz uma coisa que nunca tinha feito a ninguém, coloquei o meu braço pelas suas costas. Estava quente e tremia. Chorava. Nunca tinha visto um rapaz chorar. Era um leque novo de emoções também para mim.
O navio deu um solavanco o que me fez aproximar mais dele, causando um bater mais acelerado do meu coração. Acabei por o abraçar.”

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