Estou há 10 anos no mercado editorial

Foi no início deste mês que se comemorou o décimo aniversário do meu primeiro livro. Com um lançamento em Leiria, estava longe de imaginar o que o futuro traria. Na verdade, já falei tanto no blogue sobre as diversas aprendizagens que a escrita, e o ser autor, me proporcionaram, que parece que não há mais nada a dizer. O certo é que, ao olhar para trás, e para as cinco histórias que dei aos leitores, existe algo que é chave: o meu sonho nunca desapareceu.

Eu, na minha primeira sessão de autógrafos na Feira do Livro de Lisboa

Sei que há uns três anos contava ter, por esta altura, mais uns dois livros publicados e, quiçá, um terceiro em curso. As metas que estabeleci para mim mesmo foram imensas e, hoje, apesar de não ter cumprido todas, percebo que havia muito a aprender. Foram duras as lições? Não, mas o que potenciaram em mim, sim. Foi assumir que tinha cometido falhas em alguns dos meus ideais e que teria, não só de perceber como queria que fosse a minha relação com, na altura, as editoras que me publicaram, mas também de esclarecer plenamente os meus leitores.

Pode parecer estranha esta última preocupação, mas, para mim, faz todo o sentido. O autor, ao vender o seu produto, que pode chegar aos 20€, deve estar consciente de tudo o que isso implica. E, numa altura em que a figura do autor é mais presente no processo de venda de uma obra, manter-me íntegro com os meus valores era fundamental. Não só para mim, mas para os próprios leitores e outros autores, que começavam as suas jornadas.

A minha participação mais recente na Feira do Livro de Lisboa, a 2 de junho de 2024

Foram trabalhosos estes dez anos? Bastante, especialmente com as últimas histórias e a minha atenção quase obsessiva à qualidade do que publico. Foram sofridos? Sim. As expectativas eram muitas, mas, independentemente de algumas terem sido defraudadas, o mercado é hoje bastante diferente. Os autores portugueses começam a ter mais voz, formatos populares como o e-book começam a ser amplamente utilizados e, para quem escolher essa via, a publicação independente já não tem a conotação negativa que, há dez anos, lhe era atribuída.

Os próprios autores começaram a circular mais entre as diversas editoras e a aposta destas na qualidade e respeito ao lusófono aumentou. O número de eventos literários é maior, a atenção em convidar autores é notória e, no final, os leitores ficam tão ou mais entusiasmados que nós por celebrarmos com eles.

Adoraria que esta publicação viesse acompanhada por um anúncio de reedição do romance que aqui me trouxe: “O Bater do Coração”, ou de anunciar uma nova história ou livro. Acontece que o trabalho e o estágio me têm tomado tanto do meu tempo, que dedicar-me ao que tenho acabado, em curso e concluído, é-me impossível. Espero, contudo, que estes dez anos tragam mais experiências, vivências e, quem sabe, obras únicas que façam os leitores apaixonarem-se.

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