Artigo de Opinião!
Quando tive a ideia para fazer esta lista, confesso que pensei que o número iria ficar somente pelas 13! Era esse o número que achava impossível de atingir e, consequentemente, iria meter coisas a tender para o estúpido-ridículo. Nunca me tinha enganado tanto!
Para os que não sabem do que falo, esta publicação é sobre a série “Por 13 Razões” da Netflix! Uma série que me ganhou por completo na 2ª temporada! E aqui, vos dou as 28 razões para esse feito! As 28 razões, pelas quais devemos falar ativamente desses 28 temas e de como em nenhuma circunstância, os comportamentos da série não devem ser replicados!!
Nota! Se em algum momento tiveres alguém ou conheceres alguém que enfrenta situações semelhantes, visita https://13reasonswhy.info/!
A série, para os que não a conhecem, retrata na sua primeira temporada, uma rapariga que decide acabar com a sua vida. Para o fazer, grava 13 cassetes a explicar as razões, culpando em cada uma das cassetes, uma pessoa e/ou evento. Como devem já imaginar, foi uma série bastante controvérsica a e que levou a um grande debate face ao incentivo ou banalização que poderia estar inerente a ela. Todavia, esta publicação serve um pouco para demonstrar como a série, ao contrário do que primeiras impressões possam dizer-vos, faz o oposto!
Provavelmente, os que vêem a série, estão curiosos para saber as 28 razões que dou por ter gostado tanto da história. Porém, quero deixar uma nota ou outra do que penso de toda a série e da importância desta nova e futura temporada.
Nós, fãs de séries/filmes, vivemos habituados a séries serem renovadas constantemente, mesmo quando não há mais conteúdo a ser explorado e/ou crescimento de personagens. Ou a sucessiva tentativa de se fazer uma sequela de um filme que, diz a história, dá sempre mais prejuízo, que lucro.
Nos dias de hoje, quando as pessoas olharam para a primeira temporada da série de que vos falo nesta publicação, pensavam que a série não teria a sua continuação, ou se o fosse, seria talvez mais fechado e que mantivesse uma só perspectiva da realidade apresentada na primeira temporada.
Tenho de confessar que a primeira temporada me custou imenso a ver. Não me conseguia identificar com nenhuma personagem e demorei meses até acabar a temporada. Sempre compreendi a importância dos problemas abordados, mas sentia que faltava algo. Algo crucial. E algo que foi continuado nesta temporada de uma forma muito, mas muito inteligente. Algo que corresponde ao 28º ponto deste post!
Como devem ter percebido, estou a tentar ao máximo não dar spoilers da trama. Sou apologista que não há critica, por mais bem escrita que esteja, que invalide que alguém vá ver, ler ou ouvir um determinado conteúdo e julgá-lo com seu próprio pensamento e senso crítico. Todavia, fico abismado com alguns dos comentários referentes a esta temporada.
Aquilo que a primeira temporada mostrou foi a história de uma rapariga e de como esta lidou com a realidade dura que enfrentava. A segunda, ao acrescentar algo fulcral nos dias de hoje, que é o olhar dos outros e as histórias dos outros, parece ter levado a alguma base substancial dos “fãs” acreditar que a temporada seria mais por uma razão económica para o serviço de streaming do que, propriamente, para acrescentar algo à história. É aqui que quero ficar nesta publicação. Nesta reflexão tão importante.
Acho que nunca nos devemos esquecer que não estamos sozinhos neste mundo. Por mais difícil que a realidade seja e esteja, há sempre alguém. Quer familiares, amigos, grupos de apoio ou até desconhecidos que aparecem nas nossas vidas como milagres. Admito que só irão talvez compreender isto quem tiver visto a série e lido posteriormente os pontos que em baixo enuncio. Todavia, o que me dói é preferir-se discutir a abordagem da série na segunda temporada, aos temas nela! Algo cuidadosamente elaborado pelos argumentistas e conselheiros de saúde envolvidos na série.
Se na primeira temporada, temos cassetes em todos os episódios, nesta temos fotografias. E como que um raio me caísse na cabeça, fico estupefacto por as pessoas não parecerem ver como o uso de fotografias ser sequer impossível de comparar ao motor da primeira temporada. Da primeira parte desta história!
Opiniões são opiniões e temos de as respeitar. Vivemos em democracia e a liberdade deve ser exercida e com plena consciência dos seus direitos, e deveres. No entanto, gostava muito de saber o que acham desta série. Destes temas. De como acham que podíamos debatê-los!
Nos nossos dias, a dificuldade que os jovens têm em falar com os pais ou até manter conversas fluídas com estes ou amigos, é algo um pouco preocupante. Vivemos numa sociedade que rapidamente julga, aponta e não procura colocar-se no lugar do outro. Vivemos igualmente com o medo de não contar ao outro, a alguém que nos ama, pelo medo da desilusão por eventuais escolhas que possamos fazer. Mas se nos amam, e as escolhas nos fazem felizes, não deveríamos pegar nessa felicidade para celebrar?
Acredito que séries como estas são sempre bem-vidas no que respeita a levantar consciências para estas questões. Vivemos num mundo acelerado em que ou se espera muito de nós, ou se espera que sejamos iguais aos outros. Que como que “respeitemos” a idade para acabar a universidade, ter trabalho, sairmos de cada dos pais, casar, ter filhos, etc.. Mas não há necessidade disso! Não há sequer lógica para fazermos o nosso caminho influenciados por outros. Temos de ter voz própria, nos ouvir-mos, sabermos amar-nos a nós mesmos e olhar para os Outros como figuras de referência e que nos ajudem no nosso caminho. Sempre, sempre, com respeito e reconhecimento do lugar e espaço do Outro! Mas para isto temos de saber pensar. Olhar e observar (conceitos muito distintos!!!). Por isso, enquanto séries como esta e tão bem delineadas existirem, acho que coisas boas podem acontecer. E acredito mesmo nisso!
É certo que há representação de violência de diferentes formas na série, mas falemos sobre ela, ao invés de ter medo da palavra e sua representação!
Com este pensamento acabo a publicação, deixando no final da lista, um trecho do programa “Por detrás das razões”, igualmente disponível na Netflix ou online, em que podemos compreender com uma outra profundidade estes temas e o que podemos fazer para ajudar! Uma ajuda que deve chegar a todos, porque somos todos humanos e todos sentimos!
- Bom elenco;
- Representatividade étnica;
- Representatividade quanto à escolha sexual;
- Representação de doenças mentais;
- Representação de comportamentos aditivos;
- Representação de comportamentos desviantes;
- Representação do bullying;
- Representação entre diferentes classes sociais;
- Representação de violência física;
- Representação de violência verbal;
- Representação de violência psicológica;
- Representação do abuso sexual masculino e feminino;
- Representação do luto;
- Representação dos sentimentos de culpa;
- Representação dos sentimentos de vergonha;
- Representação da cultura escolar;
- Representação dos diferentes grupos escolares;
- Representação das diferenças culturais na socialização de jovens adolescentes;
- Representação da forte violência simbólica por parte da escola e seus pares/semelhantes;
- Representação de diferentes dinâmicas familiares;
- Representação do problema de armas que afeta os EUA;
- O crescimento da percepção das personagens do perigo do silêncio;
- A representação da importância de se falar com o círculo social primário e secundário;
- Representação do sentido de amizade e família;
- A representação quanto à fragilidade do ser humano;
- Representação das diferentes formas de acesso às mesmas oportunidades;
- Representação do trabalho de diferentes profissionais ligados às questões sociais e legais;
- A máxima de que cada história, tem dois lados!
Se virem ou já tiverem visto a série, falem sobre ela! Do que poderia mudar na sociedade e que mudança poderia começar a surgir dentro de cada um de nós! Não é difícil 🙂
Espero pelas vossas listas. As listas das mais de mil e uma razões para viver e sermos humanos. Connosco, e o mundo!
Great poost thanks
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