Quando ontem me sentei na sala IMAX do Mar Shopping Matosinhos, sofria de ansiedade. Ansiedade não só por ir, finalmente, (a) ver o filme que tanto ansiara ver desde que fora anunciado, (b) voltar a encontrar uma das personagens que mais amei no Homem-Aranha 3, e (c) por último, pelas críticas negativas que andavam a circular na internet. Muitas críticas negativas!
Assim, e após conversar com o Ricardo, que vai sempre comigo, sobre estes tópicos, o filme começou. E meu Deus! Como as opiniões em nada, de nada, fazem jus ao filme!
Em primeiro lugar, o começo do filme estabelece e bem, todo o seu tom. É negro, dramático, com aquele tom de ficção científica certo que molda para um filma de anti-herói que não estamos acostumados a ver. Tenho incluvé de partilhar de como a banda sonora me lembrou os primeiros Homem-Aranha! A ideia que estamos a ver um filme feito em associação com a MARVEL também lá está, é certo. Mas se os filmes produzidos pelo próprio estúdio acabam por ter um tom mais ligeiro, por mais dramático que sejam (como o caso dos últimos Vingadores), o facto de ser um outro estúdio a trabalhar sobre o amplo material da personagem, abre todo um outro leque de oportunidades.
Aqui gostava de ressaltar como, inicialmente, se falara no filme receber uma classificação para maiores de idade. Confesso que em alguns momentos, o adorava ter visto. Mas só para dar outra profundidade à história, não que ela necessitasse…
As críticas falam todos de como os atores não conseguem suster o filme e de uma história sem nexo. Pois bem, mas se não percebem nada de ciência e personalidade, então mais valia estarem calados. Aquilo que temos é, sem dúvida, uma primeira parte em que acompanhamos a rotina das diversas personagens bem como dos lugares que ocupam na trama, e na vida de cada uma das outras personagens. Após isto estar estabelecido nos cerca de 15/20 minutos iniciais, temos uma reviravolta que permite sim, uma integração perfeita entre um parasita e hospedeiro. Se esta parte pode ser aborrecida, é! Mas permite que, e de uma forma natural, se estabelecessem muitos diálogos, ações e explicações, sobre aquilo que é referido na segunda parte do filme.
Para terminar o que achei desta parte, tenho sim de admitir (e até como o Ricardo já tinha referido há uns meses), por mais excelente que o Tom Hardy seja (já viram a série Taboo???), ele a representar um papel de jornalista de investigação, é estranho. Mas atendendo a como funcionam as coisas do outro lado do Atlântico, não deixa de o fazer bem atendendo ao tipo de jornalista e de personalidade que tinha. Se foi completamente perfeito? Não! Mas foi bom.
Voltando agora a atenção para a segunda parte, é aqui que tenho uma grande crítica. E uma que talvez possa motivar a de terceiros. Acontece que a relação do Eddie com o Venom é fantástica e representada e interpretada de uma forma brilhante, quer por momentos cómicos de levaram o cinema ao delírio, quer chocantes na interpretação do Tom. As cenas de ação também tiveram muito boas, em especial a primeira e que revelou a integração entre simbionte e hospedeiro que acontece praticamente no início desta segunda parte. Contudo, fiquei desapontado pela cena quase final… E por uma razão muito simples: a coreografia da cena de ação estava fantástica, mas tornava-se difícil perceber. E lembram-se de vos ter dito que vi em IMAX? Pois bem, não só o filme teve momentos que parecia estar meio que desfocado devido ao grande tamanho do ecrã, nesta cena de ação, o facto de termos um ecrã grande foi fabuloso, mas poderia ter sido excelente se a cena tivesse sido complementada talvez com mais efeitos especiais e, até, mais câmara lenta. Compreendo que o uso da câmara lenta possa ser subjetivo, ou até algo quase batido em filmes destes. Mas poderiam, então, ter estendido ainda mais a cena. Talvez esteja nos 40 minutos de cenas cortadas?
Não me quero alongar mais, nem quero dar spoilers ou influenciar mais a vossa opinião. Mas, e atendendo ao que vos disse, e ao facto de o filme já ter vendido mais bilhetes em pré-venda do que qualquer outro filme da MARVEL, estou contente com o filme. Sendo um filme de origem, acho que se consegue enquadrar muito bem no que já feito pela MARVEL (Homem de Ferro, estou a pensar em ti), e justificado. O vilão é o típico dos dias de hoje, sim, com motivações corretas mas maneiras de execução desumanas. O romance esteve no filme, e foi realmente bonito ver algumas das cenas. Tenho de destacar o final, visto que é raro ver um filme de super-heróis em que ele não fique logo com a rapariga (menos o Homem-Aranha – ou seja, o mesmo universo). Mas lá está: este NÃO É UM FILME DE SUPER-HERÓIS mas sim de um ANTI-HERÓI, e é por isso que o adoro tanto. Por ter dado, e espero, todas as sementes para uma sequela ainda mais digna do nome e legado que carrega.
Fecho esta publicação por vos dizer que o filme tem duas cenas pós-créditos, sendo a última do Spider-Man Into the Spider-Verse, que são fantásticas, e que espero que este filme e o seu retorno financeiro, permita à Sony continuar o seu Universo Cinematográficos de Personagens Marvel. Com esta classificação de idade espero também que permita a um novo acordo entre a Sony e a Marvel para que possamos ver o Homem-Aranha num futuro filme. Já existem novos filmes deste universo da Sony em produção, e espero, sinceramente, que com todas as possíveis críticas a este filme, consigam ter sucesso. Estas personagens, e os seus fãs, merecem!
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