Tenho de começar a publicação por confessar que me envergonho de só no final de dezembro ter dado conta deste livro. Mas mal soube dele, tudo o que queria era comprá-lo. Afinal de contas era um livro de Stephen Hawking e, infelizmente, o seu último…
While there’s life, there is hope.
A premissa dele, pelo título, era reveladora. E eu, amante das ciências, não consegui resistir. E li. Saboreai. E aqui está aquilo que acho: para mim, e mesmo sabendo que há conceitos que podem ser complicados ou desconhecidos para quem não tenha tido formação científica, este livro deveria ser obrigatório para cada um de nós. O brilhante físico não só fala de forma simples e completa, como explica as coisas com humor e analogias capazes de nos fazer rir por meio de conceitos científicos.
As perguntas e respostas foram de tirar o fôlego e houve imensas em que me revi, em especial na questão da existência ou não de Deus:
Se eu tenho fé? Somos todos livres de acreditar no que quisermos e é da minha opinião que a explicação mais simples é: Deus não existe. Ninguém criou o universo e ninguém é dono do nosso destino. Isto leva-me a uma profunda tomada de consciência: provavelmente não existe paraíso nem vida depois da morte. Creio que acreditar na vida depois da morte não passa de uma ilusão. Não existem provas fiáveis de que exista e a ideia desvanece-se perante tudo o que sabemos em ciência. Acho que, quando morremos, regressamos ao pó. Mas podemos continuar vivos num certo sentido, através da nossa influência e dos genes que transmitimos aos nossos filhos. Temos apenas esta vida para valorizar o grande desígnio do universo, e por isso estou extremamente grato.
Não obstante este grande dilema, e responsável por muita das guerras e crises mundiais, temos respostas a perguntas como a vida extraterrestre, a nossa sobrevivência no planeta, sendo que as que mais me surpreenderam foram as relacionadas com a manipulação genética e inteligência artificial. Tal deve-se por nós, no nosso conforto, muitas das vezes não ousarmos pensar fora da caixa. Isto leva a muitas perguntas que nem julgávamos serem capazes de ser feitas. E isso assustou-me. Assustou porque pensamos muitas vezes que uma coisa é maravilhosa, mas pode dar lugar a lutas e mudanças inimagináveis à escala global. Imaginem a questão da manipulação genética: pode se bom curar doenças, mas e quando esta barreira for ultrapassada para criar super-humanos? Terão todos acesso a “isto”? Irá ser criada uma nova espécie humana mais poderosa deixando a outra como escrava dessa? E os dilemas morais e éticos?
Fiquei descansado por compreender como os científicas debatem essas questões. Não as ignoram. Mas como será com os nossos líderes quando a educação, e a educação para a ciência, é cada vez mais deixada de fora no nosso país?
When we see the Earth from space, we see ourselves as a whole. We see the unity, and not the divisions. It is such a simple image with a compelling message; one planet, one human race.
Todos nós compreendemos que o futuro passa pela ciência e tecnologia e o domínio de algumas destas questões. Iremos assistir a muitas interrogações nas próximas décadas, mas estaremos preparados? E os líderes mundiais? Serão capazes de investir parte do PIB mundial que seria mais que suficiente para combater as alterações climáticas e a exploração do espaço para nossa sobrevivência?
Em suma amei o livro. Foram muitas as reflexões que me trouxe e será, sem dúvida, para sempre meu companheiro de cabeceira.
So remember to look up at the stars and not down at your feet. Try to make sense of what you see and wonder about what makes the universe exist. Be curious. And however difficult life may seem, there is always something you can do and succeed at. It matters that you don’t just give up. Unleash your imagination. Shape the future.
Diogo Simões 
2 thoughts on “Breves respostas às Grandes Perguntas – Crítica”