Fevereiro chegou, e com ele um novo tema para o #TheBibliophileClub . Aquele clube de leitura fantástico que aderir no final do ano passado. Tendo o mês de janeiro trazido o tema dos livros de auto-ajuda, em que li o mais recente publicado pela famosa autora J.K. Rowling, foi altura de mergulhar no tema deste mês. Curiosos?

#TheBibliophileClub é um clube de leitura criado pela Sofia, do A Sofia WorldSónia, do By The Library, e à Lyne, do Imperium(estou a ter um déjà vu enorme, não têm noção). Sendo um clube de leitura, o objetivo é estimular a leitura por diferentes categorias definidas todos os meses. Após isso vamos discutindo os temas, trocar ideias, fazendo amizades. Tudo por conta do nosso amor aos livros. Isso acontece quer pelo uso da #, da partilha no grupo do Facebook, ou ainda nos blogs de quem tem. Desta forma, o tema do mês de fevereiro foi o romance, ou não estivéssemos no mês do São Valentim.

Imagem retirada do blog “A Sofia World”

Eu adoro escrever romances, mas raramente os leio. A não ser os livros da Colleen Hoover, raramente leio livros só românticos. Parte disto acontece também por os livros que gosto de escrever, como os da própria autora, usarem um conhecimento da realidade social para construir aí uma história. Quer seja romântica, dramática ou trágica, é isto que procuro num romance. Gosto de sentir aquele calor… aquele “desconforto confortável”, e o sangue percorrer locais que não deveriam ser possíveis ao se ler num livro. A raiva por personagens, e uma lágrima inesperada por outra. Ou seja, que não seja propriamente fatela. E foi o que tentei ter em mente quando escolhi o livro do mês.

Chiado Books, 2013

O “Teremos Sempre Londres” da Sofia Costa Lima foi o escolhido. É verdade! O primeiro livro da criadora do Blog A Sofia World e, segundo que leio da mesma, foi a escolha óbvia. Não só porque tenho uma estima pela autora e sua imaginação, como quero este ano ler mais autores portugueses.

Para primeiro livro e de uma jovem como era a Sofia naquele tempo, a atenção aos detalhes de uma relação são fantásticos. Quase que de tirar o fôlego com muitos momentos que são aliados pelo poder dos cinco sentidos e histórias de vida das personagens. Com isto são alguns os mistérios que a autora nos dás e alimentam a nossa curiosidade. Em especial com o início bombástico do livro.

É, sem dúvida, uma ação muito rápida e com quatro pontas soltas que me estão a dar a volta à cabeça, mas quero aplaudir a autora por nestas 116 páginas ter abordado questões como a justiça, o amor, o que é uma verdadeira mãe e o eventual abuso de menores que pode ocorrer em algumas relações.
Com isto, é aquilo que considero um livro de verão. Que se lê numa tarde, com o calor do verão a recordar o que era a juventude.

Olhando para este livro, para o que foi o segundo e o que são os dotes e capacidades criativas e literárias da autora na atualidade, confesso que gostaria ou de ver uma versão “5.0” desta história, ou uma continuação que pudesse até ir por caminhos começados pela autora.

Mas este livro, lá está, levou-me a apreciar mais o romance, especialmente o proveniente dos jovens e que nos mostram como fomos – eu também já publiquei um romance -, como a forma que víamos o mundo. E por mais que a escrita da autora tenha passado por uma transformação gigantesca, estou bastante contente e surpreendido por vermos jovens a abordar temas como as relações não consentidas e a forma como a palavra mãe nem sempre tem na sua conotação o amor. Aliás, cada vez mais vemos uma violência doméstica crescente e preocupante. Quando temos livros que nos permitem começar uma conversa destas por certos momentos, agrada-me. Sei que o Teremos Sempre Londres não aborda a fundo, mas a questão é que muitos casais hoje não sabem o que é o abusar, o controlo numa relação. E quando nem isso acontece, porque não um romance ligeiro para ajudar? Um que seja para um público juvenil? Porque reparem, a pergunta hoje quase que se poderia colocar desta forma: o que é, HOJE, o amor? O amar alguém quando a construção de uma vida independente e/ou dependência de familiares, redes sociais ou até psicológicas, são tão distantes das de há anos?

O mesmo para a questão do amor de mãe. Estamos habituados que todas as mulheres querem ser mães. Que todas amam logo os seus filhos. Mas será que isto é verdade? Afinal não somos humanos, todos diferentes? Onde está a singularidade na nossa sociedade?

É por estas questões que adoraria ver uma nova versão desta obra. Merece! E é por tudo isto que a obra me fez pensar, que foram três as estrelas que lhe dei. Quanto ao género deste mês, considero-o por vezes perigoso. Perigoso porque cria, em muitas situações, a ilusão em jovens (não jovens-adultos) de que o mundo é como uma página de um livro: preto e branco.

MINHA CLASSIFICAÇÃO: 3/5

CLASSIFICAÇÃO MÉDIA GOODREADS: 3,50/5

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