Admito como o título pode ser… forte?, mas não consigo deixar de pensar nisto após ter visto, por duas vezes, o último filme do cabeça-de-teia no passado mês de dezembro. Tendo já escrito uma “crítica” sem spoilers no site onde sou fundador e elemento estratégico (o Updated), sinto que preciso de falar disto. De aqui escrever como, o ano passado, milhões de fãs sentiram-se ouvidos, respeitados e acarinhados ao ver Homem-Aranha: Sem Volta a Casa. Mas porquê? O que se passa para sentirmos isto? Para eu sentir isto?

O que este filme me deu

Já todos sabem que este findar de trilogia nos dá a oportunidade de rever os Aranha interpretados pelo Tobey Maguire e Andrew Garfield, e sendo isto, por sinal, mais que satisfatório e como que um sonho realizado, é a constatação de algo muito mais… (permitam-me) cósmico! Que algo é este? Bem, é algo muito catártico: é a constatação de mim, de que cresci.

A dor do crescimento

Tendo a saga cinematográfica começado em 2002, crescer com ela foi inevitável. São diversas as recordações que tenho e a forma como, em pequeno, mascarava-me de Homem-Aranha naquele que é dos fatos mais icónicos. Cheguei a brincar com diversos bonecos alusivos à história (sim, estou a falar do Doc Ock) e vibrei ao ver o Homem-Aranha 3 no cinema, onde conhecemos cinematograficamente pela primeira vez o simbionte Venom.

Fui crescendo, revi os filmes para, ao fim de uns anos, considerar o Peter do Tobey demasiado… cringe? Com comportamentos de jovem num corpo de um adulto? O reboot em 2012 veio resolver algumas destas questões, com um ator mais novo e que dava uma nova vulnerabilidade ao Peter. Consegui ver estes dois filmes no grande ecrã e logo aqui senti um apego maior à interpretação e ao Peter do Andrew. Amava a sua química com a Gwen Stacy e a forma como, ele próprio, lidava com as diversas crises de identidade. Honestamente, e fazendo toda a lógica, esta é talvez a versão que mais adore porque eu próprio estava na minha adolescência e a passar precisamente por aquelas crises. O de perceber quem eu era, o que gostava e até a insurgência do meu amor pela escrita e o assumir ao mundo que o queria fazer para sempre.

Os anos passaram e o universo da Marvel ganhava cada vez mais peso no cinema. E, com o rebentar da nova versão (a iniciada em 2017 e que deu a Tom Holland o papel de Peter Parker) a minha perceção realmente se alterou e reconstruiu referente a esta personagem. Em como, pela atuação do Tom e deste último filme que concluiu uma trilogia (e marco de desenvolvimento para a personagem), compreendi como eu próprio cresci. Não que eu não soubesse, claro, mas foi um ganho de consciência maior ao ver três diferentes Peters no grande ecrã. Ver, por cada um deles, o meu desenvolvimento pela infância, adolescência e vida adulta.

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Constatar isto é algo como que irrisório, mas é um lembrete da minha própria personalidade que se cristalizou com diversas mensagens nestes filmes (incluindo a versão fabulosa de Homem-Aranha no Universo Aranha): de que não precisamos de músculos, de ser a pessoa mais bonita ou com poder (quer económico, quer de estatuto social), para podermos fazer a diferença. É, na verdade, um lembrete de que o Homem-Aranha está em cada um de nós e que todos fazemos a diferença! Quer tenhamos uma máscara, quer trabalhemos nas sombras ou atrás de um teclado.

O mesmo foi celebrado no final de Homem-Aranha no Universo Aranha, que coincidiu com a morte do criador da personagem, Stan Lee. Ele que, brilhantemente, indicou que “Aquela pessoa que ajuda os outros simplesmente porque deve ou deve ser feito e porque é a coisa certa a fazer é, sem dúvida alguma, o verdadeiro herói”.

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A constatação

O Homem-Aranha é, para mim, isto! A vontade de procurar sempre a empatia, de ajudarmos os que nos rodeiam da melhor forma e de que, por mais dúvidas que tenhamos em nós, eventualmente ganhamos o poder de fazer a diferença. Uma diferença que começa primeiro em nós e se irá espelhar nos outros. Quer por exemplos, quer por meio de valores. A constatação de que, efetivamente com o nosso poder, vem grandes responsabilidades. Que tudo o que fazemos tem impacto no outro.

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