Olá leitores. Como estão?

Espero que bem. Que o passado mês tenha sido recheado de memórias e momentos inesquecíveis! Quem sabe até uma preparação para o natal? Hoje estou aqui para dar continuidade à rubrica começada no passado mês de setembro. Na publicação deste mês tenho de agradecer à Paula Araújo, Orquídea Polónia , Letícia Brito, Lauren Lewis e à Ana Ribeiro pela participação! Mas que rubrica é esta?

Aliado à leitura, surgem ideias. Ideias como esta que vos estou a apresentar. E que ideia “brilhante” é essa Diogo, que nos queres apresentar?, podem perguntar vocês. Pois bem, és amante da escrita ou tens simplesmente curiosidade no processo de criação de uma história? Tens perguntas que, por vezes, são tudo menos oportunas para um escritor? Ora bem: esta é a rubrica que procuras!

Mensalmente, eu e um conjunto de autores portugueses reuni-mos virtualmente para debater algumas das questões que mais nos afligem no que toca à escrita. Desde ao processo de criação, até àquilo que nos vai na mente quando acabamos de escrever uma história.

Estão assim prontos para a pergunta deste mês?

Como escolhem os títulos das obras? Onde vão buscar a ideia e/ou construção para o mesmo?

Eu costumo ser fácil neste campo. É quase das primeiras coisas que me surge mesmo antes de escrever ou de até saber as características das personagens. Pode acontecer por vezes ter também entre três opções para conseguir escolher após a história estar toda terminada. Contudo, confesso que no quarto livro que estou a escrever tenho tanta opção que acho que só após o escrever, ler, rever, e ler, terei um nome.

Acho que o que farei neste meu 4º será, provavelmente, pegar em alguma expressão da personagem e usá-la como título, mas ainda está tudo muito verde.

A Orquídea Polónia, a publicar muito em breve o seu primeiro livro e blogger no “Penny For My Thoughs“, revela que
só escolhe os título no final!: “Acabo, penso na mensagem mais importante, no trama principal. Depois destaco palavras chave e crio a partir daí. Peço opinião a várias pessoas que conheçam a obra.”  

Dando as boas-vindas à Lauren Lewis (nome artístico e dona do blog “Give me a fairy tale“) a esta rubrica, a mesma junta-se à conversa ao revelar que “para Black Heart (o seu primeiro livro a ser publicado em breve), foi difícil. Não chegava lá de forma nenhuma. Houve uma altura em que estava tão cansada de procurar que desisti do título. Depois, fez-se luz. Não sei como, nem quando, mas sei que quando descobri fiquei tão feliz como se tivesse ganhado o Pulitzer. Cheguei à conclusão que representava exatamente o que queria dizer. Para a história que estou agora a findar não tive dúvidas, foi como se tivesse sabido o título desde sempre. Resumindo: neste tópico, também, não sou grande ajuda…”.

Já perceberam por esta altura que nós, escritores, somos realmente marados. E o que pode ser uma tarefa fácil, pode tornar-se um autêntico pesadelo! 

Disse a Letícia Brito, criadora do blog Minha Querida Isabel, e autora do recém publicado “O Dia em Que Chegaste“, que “geralmente, o título surge primeiro, e depois eu crio uma história em torno do título. Quando a história vem antes do título, tudo se complica Crio várias possibilidades, pesquiso palavras-chave na obra, tal como a Orquídea, apoio-me sobretudo na mensagem – ou mensagens – da obra e faço listas de possíveis títulos, até chegar ao título ideal”. Nisto revelo-vos que foi o que aconteceu com o Esquecido. Tinha um título e uma frase, pelo que toca a história se desejou em redor da frase que me ecoava pela cabeça. 

Quem corrobora também em parte estas reflexões é a Paula Araújo.
autora do livro “O Trilho da Rata Cega“, confessou que “o título é, de facto, a primeira coisa em que penso, em torno dele tudo se constrói. Como sou teimosa é raro alterar o título inicial. Para o criar penso no impacto que terá nos leitores e a mensagem que é suposto transmitir. Obviamente, que temos que pensar nos leitores, para selecionar um título. É raro andar a estudar esse título, porque sou de ideias fixas. De todos os meus trabalhos, apenas me lembro de alterar um, precisamente o da obra que publiquei pela Cordel d’ Prata, simplesmente porque era demasiadamente extenso.”

Quem partilhou também a sua opinião foi a autora e blogger Ana Ribeiro. A criadora do blog EscreViver  e autora de dois livros (do qual “Ao Teu Lado”), confessou que “na questão da escolha do título, costumo escolhê-lo quando vou mais ou menos a meio da história. Vou buscar, normalmente, inspiração a títulos de músicas, livros ou filmes; caso, a escolha seja difícil”. Caso para dizer touché Ana, touché. Sendo que em muitos momentos outras fontes e formas de arte são inspiracionais, nada melhor que bebermos dessa disposição para a criação de algo verdadeiramente único e revelador.

Espero que tenham gostado da edição deste mês tanto quanto eu. E por mais que sejam coisas que muitos já sabem, a verdade é que ao conversar com outros autores, temos também um diferente tipo de apoio e motivação para continuar o trabalho. Em especial porque muitas das vezes não se dá grande importância ao título de uma obra quando, em praticamente todos os casos, ele próprio conta uma história.

Não podia deixar de terminar esta publicação sem vos convidar a ingressar na próxima conversa, em janeiro. E como?

Pois bem, se és autor, e queres partilhar as tuas ideias connosco, ou és leitor, e queres ter resposta a algumas das perguntas relacionadas com o processo de escrita ou editorial, envia um e-mail para diogoafsimoes.leitores@outlook.pt e tudo ficará tratado!

Espero por vocês! 

Beijos e abraços,

Diogo

Um especial agradecimento aos autores participantes pelo apoio a esta ideia e por darem um bocadinho do seu tempo para esta partilha. Algumas das conversas foram reestruturadas visto terem sido originalmente escritas numa plataforma  online. Os autores expressam igualmente os seus pontos de vista, sem qualquer tipo de influência externa aos mesmos.

3 thoughts on “Conversa entre autores #4 – Os Títulos

  1. Foi um prazer participar. Gostei muito de ver como somos todos tão diferentes dentro da mesma arte. É essa partilha que vale a pena.

    Beijinhos Diogo!

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