Antes de se começar a escrever, é importante perceber aquilo que queremos contar. Qual é o propósito da ideia que nos fervilha na cabeça? O que é que envolve? Quais são as suas personagens?

São muitas as perguntas que temos na cabeça e que devemos responder. Mas antes disso, é importante também falarmos da prática e de como o podemos fazer. E é disso que vos falarei hoje!

o sofrimento de um escritor (1)

Achei por bem partilhar convosco um infográfico que fiz no verão e que resume tudo aquilo que acho essencial. Como perceberam, existe o foco na língua portuguesa. No lermos diversos autores assim como diversos géneros para bem do nosso vocabulário, criticismo e imaginação. A juntar à lista também é sempre boa ideia não termos medo de ir a um Dicionário de Sinónimos sempre que sintamos necessidade de tal.

Perguntas, perguntas, e mais perguntas!

Mas afastando-me do panorama da língua, é sempre bom sabermos responder a algumas perguntas:

  • O que quero escrever?
  • Que ideias tenho?
  • O que sei sobre este tema?
  • O que não sei sobre o tema?
  • A que público se destina?
  • Qual é a história?
  • Como será organizada a história?
  • Qual o género da história?
  • Qual é o enredo?
  • Como irei escrever a história (linguagem, tipo de narrador, etc.)?
  • A história tem algum propósito?

Após dares resposta a estas perguntas, podes também começar por esmiuçar, como por exemplo:

  • Quais vão ser as minhas personagens principais e secundárias?
  • Qual é o passado de cada personagem?
  • Qual será a jornada das personagens?

Será que tudo faz sentido?

Obviamente que não existe propriamente um guião de como escrever um livro, mas torna-se fundamental termos a nossa cabeça aberta e recetiva a novas ideias e, ainda mais importante, a mudanças que por vezes possam ou tenham de surgir. Mas é importante ter atenção a uma coisa: nem todas as ideias são boas. Com isto, a próxima dica que te dou é: faz um tratamento das ideias. Lê tudo o que tens, analisa. Sê crítico. Achas que faz sentido? 

À medida que fores fazendo isto, vais estar ao mesmo tempo a estruturar o que virá a ser o manuscrito. E por muito medo que a palavra “estrutura” ou “organizar” possa dar, isto não significa que se fica limitado na liberdade. Muito pelo contrário! O facto de termos as ideias apontadas e validadas, permite percepcionar a história por uma outra perspectiva e, com isto, ajuda-nos a fazer as alterações que achemos necessárias.

Após tudo isto, é boa ideia conseguir perceber o arco completo da personagem principal, assim como antever o que serão os atos da história que deverão ter uma estrutura semelhante à Preparação da personagem para algo, Confrontação da personagem com algo, e o Clímax! Aquele momento em que os autores adoram chegar pelo descarregar da adrenalina. Algo que pode ajudar é fazeres uma tabela que tem estes momentos e uma breve discrição dos mesmos que te permita ajudar na escrita. Isto ajuda a planeares, se necessário, as ações, diálogos, momentos, pensamentos das personagens e que leve a determinadas situações. Na:

  • Preparação temos sempre um evento ou acontecimento que potencia algo na personagem e, consequentemente, um eventual momento de viragem na sua história.
  • Confrontação existe o confronto com este momento, evento ou acontecimento em que a personagem lidará com o mesmo. Será também onde vão ocorrer novos acontecimentos que mudem o caminho/destino/jornada da mesma.
  • Clímax é onde acontece o culminar de toda a história.

Mostra, não contes!

Aqui está algo muito importante e que tenho aprendido cada vez mais: mostra, não contes! É muito fácil ficarmos comedidos ao pensamento da personagem e da narração em que contamos tudo e mais alguma coisa ou até relatamos um evento em que descrevemos como traumático porque x,y ou z e porque a personagem se sentiu n, v ou z. Porque não mostrar estes acontecimentos? Dar novas perspectivas. Mostrar o comportamento da personagem nessas situações de modo a que o leitor sinta até mais em/apatia pela personagem e se identifique (ou não) com a sua forma de ser, agir, pensar, etc.

Após tudo isto, acho que está na altura de começarmos, com toda a confiança, a dedilhar ou um resumo completo da história, ou o primeiro capítulo do nosso manuscrito!

Quais são os vossos métodos? O que fazem, o que não fazem? Contem-me tudo nos comentários!

POSTS QUE PODEM AJUDAR:

COMO SE FAZ UM LIVRO?
PARTE I – A IDEIA
PARTE II – A HISTÓRIA E AS PERSONAGENS

3 thoughts on “O Caderno do Diogo: Como Chegar à Criação da História?

  1. Criar uma história é de tudo O PROCESSO MAIS CRIATIVO. É uma viagem que só se faz quando se quer mesmo viajar, não podemos ficar a superfície, temos mesmo que nos afogar e provar o sabor da água. É preciso deixar sair. Temos tempo. Vamos trabalhar o que escrevemos, mas primeiro… primeiro fazemos sair o que nos vai na alma – perdoem-me, mas eu acredito que é na alma imaginativa que tudo começa, não sei bem como, mas as personagens começam a fazer-se ouvir. Há quem lhe chame esquizofrenia e doenças psíquicas, eu gosto de acreditar que é um super-poder.
    Obrigada, Diogo, por mais uma vez nos pores a pensar sobre o quão importante é escrever histórias.

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    1. Uma viagem! Uma aventura. Algo quase transcendente em quem nos ouve falar pode pensar que somos doidos. Mas talvez dizerem que os escritores o são! Obrigado Lauren pelas palavras, apoio e partilha! Muito mesmo!

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