O ano que terminou foi uma autêntica montanha-russa, literalmente. Não só saboreei a adrenalina das montanhas russas loucas do Parque Astérix, onde a chuva acabou por complementar a experiência das diversões aquáticas, como reavi os direitos de todos os meus livros, assinei com uma editora tradicional, voltei a estudar e numa área completamente diferente, como voltei a publicar uma história — que estava longe de ser planeada — e de forma independente. Nada, mesmo nada disto, estava planeado. É assustador perceber isso, mas como, ao mesmo tempo demonstra o que vos disse querer no ano passado: o deixar-me surpreender.
2022 alterou as minhas fundações
O ano de 2022 foi, sem margem para dúvida, uma gigante lição. Se estava feliz no ano passado por ter colocado no mercado o livro Dislike, estava igualmente na margem de uma grande divergência interna relativamente ao que queria para a minha escrita e no que os meus leitores mereciam. Isto fez-me perceber que estava na altura de romper o meu vínculo contratual e apostar verdadeiramente nas minhas obras. Apesar de o ter começado a fazer aquando da revisão do Dislike, percebi que isso não era suficiente e que se queria crescer, precisava de condições alargadas.
Este processo levou logo a um início do ano intenso, mas que me levou a perceber que outras áreas da minha vida precisavam de mexidas na minha precessão. Isto levou-me a perceber como a pandemia tornou, no trabalho, as pessoas mais cansadas e propensas a diversas ações e condutas que antes não imaginava. O facto de eu próprio ter-me desafiado a estudar após o incentivo (quase que diário) dos meus pais, fez-me alterar a minha rotina e o meu foco. Isto não foi fácil, e só agora no início deste ano estou a conseguir voltar a encontrar a minha capacidade de resistência e equilíbrio naquele que é, não só um trabalho desafiante, como o de conciliar os estudos naquela que é uma área diferente da minha formação inicial.
Quis preocupar-me mais comigo
Estas mudanças fizeram-me perceber que precisava de voltar a dar atenção ao meu amor pela leitura e o de descobrir novos autores e géneros, como de perceber e ler melhor o meu corpo. A tecnologia foi a solução, ao terem-me oferecido um novo Kobo, e que me permitiu redescobrir a banda desenhada, ao mesmo tempo que usava um relógio inteligente para medir melhor os meus hábitos de sono, criar rotinas, experimentar meditação e saber a minha impedância corporal. Isto revelou-se crucial visto que, com os estudos, ao ter suspendido o ginásio, precisava desesperadamente de ter o controlo da minha condição física.
Esta preocupação, contudo, torna-se elemento desafiante, visto que nem sempre a consegui manter pelas exigências da vida corrente e até do nosso próprio cenário socioeconómico e, bem, mundial. Na verdade, recordo-me como o início do ano, especialmente março, foi um mês intenso e stressante com a palavra “guerra” a definir cada hora do dia.
Mas existiram coisas boas
Apesar desta ansiedade, quer com o que me rodeia, como com o recomeçar os estudos e ter uma nova rotina no trabalho, publiquei ainda um conto de natal de forma independente, terminei um manuscrito, estou a gostar de estudar e voltei a viajar para Paris. Tudo isto com pessoas amigas e que fizeram de 2022 um ano memorável.






Na leitura foi igual, onde consegui ler 52 livros, voltar ao universo de As Crónicas de Narnia e deslumbrar-me com histórias em banda desenhada. O formato e-book e o livro em inglês foram igualmente determinantes em levar-me a contactar com mais histórias. Sei que 2023 não conseguirei ler tanto, mas estou ansioso por descobrir que 40 livros irei ler.
O que mais procuro em 2023
Este ano espero voltar verdadeiramente à escrita após a pausa de praticamente um ano. Promover um conto de natal tem sempre o seu tempo definido, pelo que estou ansioso pelo meu próximo drama e por começar a escrever uma nova história. Sim, o plano é começar já no final deste mês e procurar maximizar o meu tempo livre. Quero, com isto, continuar a minha atenção à saúde física e mental e procurar o equilíbrio necessário para permanecer focado nestes desafios. Tenho consciência de que será difícil, mas espero contar com o apoio do meu blogue e de o usar como um escape.